"Adultização" de crianças vira pauta na CMM após denúncias feitas por Felca
Manaus/AM - A exploração sexual infantil nas redes sociais foi o principal tema debatido nesta segunda-feira (11) na Câmara Municipal de Manaus (CMM). O vereador Raiff Matos (PL), presidente da Comissão de Defesa da Criança, do Adolescente e do Idoso, usou a tribuna para cobrar ações mais firmes de prevenção e combate a esse tipo de crime.
O pronunciamento foi motivado pelas denúncias feitas pelo youtuber Felca, que expôs casos de "adultização" de menores em conteúdos publicados na internet. O vídeo do influenciador repercutiu em todo o país e reacendeu discussões sobre a segurança online e a responsabilidade das plataformas digitais.
Durante o discurso, Raiff classificou como "deplorável" o uso de crianças para gerar lucro e engajamento nas redes sociais. Ele defendeu a criação de campanhas educativas amplas, com divulgação em painéis de LED, escolas e espaços públicos, voltadas à conscientização das famílias sobre os riscos da exposição digital. "Isso não é apenas um problema tecnológico, mas um reflexo da destruição dos valores familiares", afirmou o parlamentar.
Felca, que motivou o debate, publicou um vídeo acusando o influenciador Hytalo Santos de sexualizar menores em seus conteúdos e atrair público pedófilo. Nas imagens, o youtuber apresentou trechos em que crianças e adolescentes aparecem em ambientes com bebidas alcoólicas e em situações sugestivas de intimidade. Segundo Felca, o caso mais grave envolve uma adolescente que começou a participar dos vídeos aos 12 anos e teria sido afastada dos pais para permanecer na casa de Hytalo, onde a exposição crescente resultava em mais visualizações.
No vídeo, o influenciador ressaltou que o maior problema não é apenas a sexualização, mas o tipo de público que esse material atrai. Ele defendeu que "dentro do público do Hytalo Santos (...) existem também homens adultos, e eles não assistem pelas dinâmicas divertidas da casa". O youtuber encerrou sua denúncia com uma crítica contundente à irresponsabilidade, afirmando que esse tipo de comportamento é incentivado, e que "enquanto tem número, tá tudo bem. Mais público de homens pedófilos sendo atraído por esse material".
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