RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Um policial civil foi preso neste domingo (8) após dar tiros para o alto durante um protesto realizado por moradores do morro Santo Amaro, na zona sul do Rio de Janeiro.

A manifestação ocorreu na rua Pedro Américo e foi motivada pela morte de Herus Guimarães Mendes, 23, baleado durante uma operação do Bope (Batalhão de Operações Especiais) que aconteceu durante uma festa junina na comunidade. Outras cinco pessoas ficaram feridas durante a ação.

Os disparos foram feitos para o alto enquanto o policial forçava passagem com o carro no meio dos manifestantes. O agente não teve o nome divulgado.

Em nota, a Corregedoria-Geral da Polícia Civil informou que o agente estava de folga e foi preso em flagrante por disparo de arma de fogo. A prisão foi realizada por policiais militares que estavam em serviço durante o ato.

De acordo com a Polícia Civil, um PAD (processo administrativo disciplinar) foi instaurado para apurar a conduta do agente. "A Polícia Civil reforça que não compactua com quaisquer desvios de conduta, cometimento de crimes ou de abuso de autoridade praticados por seus servidores", afirmou.

CHEFES AFASTADOS

Neste domingo (8), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), exonerou o coronel Aristheu de Góes Lopes, comandante do Bope (Batalhão de Operações Especiais), e o coronel André Luiz de Souza Batista, do COE (Comando de Operações Especiais). Os subcomandantes assumiram os postos.

Castro também determinou o afastamento de 12 policiais que atuaram na operação realizada no morro Santo Amaro.

A Polícia Militar afirmou que agentes do "Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) realizaram uma ação emergencial para checar informações sobre a presença de diversos criminosos fortemente armados". Segundo a corporação, tratava-se de uma "possível investida de criminosos rivais visando uma disputa territorial na região."

Dezoito policiais participaram da ação, duas equipes com nove agentes do Bope cada. Desses, 12 participaram do confronto e tiveram suas armas apreendidas.

O corpo de Herus, que trabalhava como office-boy, foi enterrado na tarde deste domingo. O jovem deixa um filho de dois anos.