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AquaRio promove soltura de caranguejos na Lagoa

Por Agência O Globo

19/05/2018 10h11 — em
Rio de Janeiro



RIO - A primeira ação do “Movimento Conhecer para Conservar”, criado pelo AquaRio para promover anualmente iniciativas de requalificação ambiental em diferentes locais da cidade, aconteceu neste sábado na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul, com a soltura de 120 caranguejos na vegetação de mangue. O evento, realizado em parceria com o Instituto Manguezal, do biólogo Mário Moscatelli, reuniu cerca de 200 voluntários que também plantaram 100 mudas.

Entre as espécies plantadas estão exemplares de mangue-vermelho e o mangue-branco, típicos das margens da Lagoa. Os caranguejos são do tipo guaiamum, trazidos de Guaratiba pelo biólogo Mário Moscatelli para a ação de repovoamento. Antes da soltura dos crustáceos, os voluntários fizeram um mutirão de limpeza para recolher o lixo.

— Esses guaiamuns certamente iriam para a panela e agora estão soltos, com a única preocupação de salvar as próprias vidas — brincou Moscatelli, durante a soltura dos animais.

Para a ação, os voluntários se reuniram em nove grupos, com base em quatro pontos da Lagoa: Parque dos Patins, Clube Naval, Clube de Regatas do Vasco da Gama e Parque dos Pedalinhos. Segundo o biólogo marinho e diretor-presidente do AquaRio Marcelo Szpilman, a Lagoa foi escolhida por simbolizar a capacidade da natureza de se regenerar com ações do tipo.

— O mote do movimento é “Quando um ícone cuida do outro, o mundo fica melhor”. A cidade do Rio tem muitos locais que precisam de atenção e a Lagoa é um deles. Além de ser um símbolo da cidade é um ótimo exemplo de como iniciativas como essa podem trazer melhorias. Há dez anos, a Lagoa sofria com mortandades de peixe quase que três vezes por ano. Depois de diversas obras para conter o despejo de esgoto e ações de replantio do mangue feitas pelo Moscatelli, isso ficou mais raro. É a natureza nos mostrando que se todos fizermos sua parte, a situação melhora — considera.

Criador do Instituto Manguezal, Moscatelli, que já plantou mais de 4,5 mil mudas de mangue nas margens da Lagoa, recuperando 75% do ecossistema do local, comemorou o reaparecimento de espécies atraídas pela melhoria das condições ambientais.

— Aqui, vivem quatro tipos diferentes de caranguejos: marinheiro, aratu, guaiamum e chama-maré. O marinheiro é comido por muitas espécies de aves que haviam sumido da Lagoa e que agora estão voltando por conta do aumento da população desse tipo de crustáceo — explicou.

A iniciativa realizada neste sábado foi apadrinhada pela jornalista Cora Rónai, moradora e grande defensora do bairro.

— Todo mundo diz que a Lagoa é um cartão postal do Rio, mas poucos se esforçam em cuidar deste cartão postal. É muito bom vê-la receber a atenção e o cuidado que merece — comemorou Cora.

O evento foi promovido pelo AquaRio, com apoio do RioZoo, da secretaria Municipal do Meio Ambiente e o patrocínio de diversas empresas.


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