Manaus/AM - O celular do cinegrafista Daniel Miranda, 32, foi encontrado na casa do adolescente de 14 anos, suspeito de participar do homicídio. A família da vítima conseguiu rastrear o iPhone e foi até a residência do menor para recuperá-lo.

O suspeito e um adolescente de 16 anos chegaram a ser apreendidos no dia do crime, em 5 de setembro, mas foram liberados horas depois. Ambos são apontados como responsáveis pela morte de Daniel. Um deles, no entanto, foi flagrado por vizinhos deixando a casa da vítima com as roupas cobertas de sangue.

"Eu fui na casa da mãe dele e falei que o celular estava lá porque o rastreador estava dando na casa dela. Ela falou que não estava lá e que eles não tinham ido para casa no dia, mas sim para a casa do outro garoto, na frente. Ele saiu e falou que eles tinham ido para lá com o telefone do meu irmão, mas que ele não tinha ficado porque viu que era um iPhone eu falou que não queria ficar com B.O não (...) o celular estava na casa do pai do Br***, debaixo de umas roupas, dentro de uma sacola", diz a irmã de Daniel.

A equipe do Portal do Holanda conversou com o garoto de 14 anos, que esteve na delegacia para depor na manhã de hoje (12) e conseguiu entrevistá-lo. O acusado voltou a negar o crime.

"Foi o nosso colega que fez isso aí tudinho. Aí ele jogou tudo a culpa por cima de nós (...) Ele não tá mais pra cá, não", afirma enquanto cita que outro colega também é inocente. O álibi apresentado à polícia pela família é de que os dois menores estavam em uma igreja no momento do crime e foram capturados depois pela população ao serem "confundidos" com os supostos assassinos.

"Nesse dia aí, nós tava pra igreja, com a minha tia lá, sábado e sexta, nós fomos pra igreja. Aí eu voltei, aí do nada nós já soubemos já essa notícia aí, que os caras tinham confundido nós, que queriam dar um pau em nós, eles pegaram nós e deram um pau em nós", disse o suspeito em um trecho.

Ele chegou a dizer que não conhecia Daniel, mas depois voltou atrás e contou que já tinha feito um serviço na obra da casa da vítima. O menor repetiu várias vezes que não estava na casa no momento do crime, mas recuou e preferiu interromper a entrevista ao ser questionado, pela repórter Édila Chaves, sobre ter sido filmado na cena do crime.

"Eu nunca tinha visto o Daniel (...) Eu só vi no dia que ele tinha me chamado lá pra nós carregar lá um bocado de seixo lá pra ele". Os suspeitos não sabiam que o cinegrafista tinha uma câmera dentro da casa e segundo a família, as imagens mostram o momento em que eles assassinam a vítima como golpes de faca, chave de fenda e tesoura.

"Um segurou meu irmão e outro deu furou, foi da forma mais covarde, mais bruta. E eu quero que eles paguem pelo que fizeram", diz a irmã. O pai de Daniel, Jeremias Conceição, está acompanhando o caso de perto e está revoltado com a situ,ação. Ele teme que os menores fiquem livres e cometam novos crimes como o que cometeram contra o cinegrafista.

"Esses adolescentes, eles vão ser apreendidos, mas a gente não sabe quanto tempo eles vão ficar presos. Daqui mais uns dias eles estão nas ruas e vão voltar a cometer novos crimes porque a nossa lei é fraca, é frágil. Essa lei devia ser mudada, porque na hora de cometer a atrocidade, eles não pensam na consequência, agem como adultos, então a lei deveria ser igual. Eles foram cruéis, não tiveram dó do meu filho, não pensaram na amizade que diziam que tinham com ele". 

O pai espera que os menores sejam responsabilizados pelo crime e esperam que a morte de Daniel não caía no esquecimento.