O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rompeu nesta terça-feira (28) o cessar-fogo firmado há pouco mais de duas semanas com o grupo Hamas e ordenou “ataques poderosos” contra a Faixa de Gaza. A decisão foi tomada após o governo israelense acusar militantes palestinos de violarem o acordo de trégua, que havia sido mediado com apoio dos Estados Unidos e de países árabes.

Segundo o Exército de Israel, equipes de engenharia em Rafah, no sul de Gaza, teriam sido alvejadas por um atirador e por projéteis antitanque. O incidente teria ocorrido além da “linha amarela”, zona que marca o recuo militar israelense definido pelo pacto. Em reação, Netanyahu consultou autoridades de defesa e autorizou o recomeço imediato das ofensivas. O Hamas respondeu afirmando que adiaria a devolução de um corpo de refém, prevista para esta quinta-feira (30).

Pouco depois da ordem de Netanyahu, a Defesa Civil de Gaza informou ter registrado três bombardeios aéreos contra áreas próximas a um hospital no norte do território. Testemunhas relataram explosões e destruição em regiões civis. Fontes ouvidas pela agência Reuters disseram que os ataques ocorreram minutos após o anúncio israelense.

A escalada amplia as tensões em torno do acordo de cessar-fogo firmado em 10 de outubro, que previa a libertação de reféns israelenses em troca da soltura de cerca de 2 mil prisioneiros palestinos. Desde o início da guerra, em 2023, mais de 67 mil palestinos morreram em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas. O conflito começou após o grupo atacar comunidades no sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas.

Na Cisjordânia, tropas israelenses mataram três palestinos em uma operação nesta terça-feira, entre eles dois supostos integrantes do Hamas. O governo israelense afirma que as ações são respostas a tentativas de novos ataques. Enquanto isso, a comunidade internacional teme o colapso total da trégua e uma nova fase de violência generalizada no Oriente Médio.