Comandante dos EUA deixa cargo após questionar bombardeios na Venezuela
Em meio ao aumento das ações militares dos Estados Unidos contra a Venezuela, o almirante Alvin Holsey, responsável pelas operações na América Latina e no Caribe, surpreendeu com a notícia de que deixará o cargo no final deste ano. O anúncio foi feito na quinta-feira (17) pelo secretário de Defesa Pete Hegseth, e surpreendeu aliados, já que Holsey estava no posto havia menos de um ano.
Desde setembro, as forças americanas destruíram pelo menos cinco barcos no Caribe, matando mais de 20 pessoas em ataques contra supostos traficantes de drogas. O presidente Donald Trump confirmou ter autorizado também operações secretas da CIA na Venezuela, o que provocou críticas no Congresso e de entidades de direitos humanos, que chamaram os ataques de “execuções ilegais”.
De acordo com o New York Times, Holsey discordava da forma como os ataques estavam sendo conduzidos e chegou a alertar sobre o risco de aumentar a tensão com a Venezuela. Essa postura teria causado desentendimentos com o secretário de Defesa e outros membros do governo, que defendem ações mais duras. Embora tenha anunciado sua saída de forma discreta, a decisão é vista como resultado direto dessas divergências.
Para analistas, o afastamento mostra divisões internas nas Forças Armadas e aumenta a preocupação com um possível confronto direto entre Estados Unidos e Venezuela, país que já mobilizou tropas e milícias em resposta às operações americanas.
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