Casa Branca diz estar "muito perto" de acordo para cessar-fogo em Gaza
O governo dos Estados Unidos afirmou nesta segunda-feira (29) que está "bem próximo de um acordo" para encerrar o conflito na Faixa de Gaza. A declaração foi feita poucas horas antes do encontro entre o presidente Donald Trump e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que acontece na Casa Branca. Os dois devem apresentar uma proposta conjunta em entrevista após a reunião.
Segundo a porta-voz Karoline Leavitt, o plano de paz discutido por Trump e Netanyahu tem 21 pontos e prevê a libertação imediata dos reféns e a retirada gradual das tropas israelenses do território palestino. Leavitt destacou que a proposta pode gerar insatisfação em ambos os lados — Israel e Hamas —, mas ressaltou que as negociações estão em fase final. Autoridades árabes que acompanham as conversas afirmaram à agência Associated Press (AP) que o texto ainda não é definitivo e pode sofrer alterações.
Trump declarou no domingo (28), em entrevista à Reuters, que "todos querem fazer um acordo" e que espera concluir as tratativas nesta segunda. Netanyahu, por sua vez, disse à Fox News que trabalha em conjunto com a equipe americana para viabilizar o cessar-fogo. O Hamas informou à AP que foi informado sobre a iniciativa, mas ainda não recebeu um documento oficial dos mediadores do Egito e do Catar. O grupo disse estar disposto a analisar a proposta e reiterou que já havia sinalizado interesse em libertar os reféns em troca do fim da guerra.
As negociações ocorrem em meio à crescente pressão internacional sobre Israel. Na semana passada, durante discurso na Assembleia Geral da ONU, Netanyahu afirmou que o país continuará os ataques em Gaza “até terminar o trabalho”, rejeitou a criação de um Estado Palestino e negou que as ações israelenses causem fome ou mortes de civis. A fala provocou protestos: várias delegações, incluindo a do Brasil, deixaram o plenário antes do início da sua fala, em um gesto de repúdio.
O conflito, que já dura quase um ano, começou em 7 de outubro de 2023, quando ataques do Hamas mataram mais de 1,2 mil pessoas e resultaram no sequestro de dezenas de reféns. Desde então, a crise humanitária em Gaza se agravou, com denúncias de genocídio por parte de uma comissão da ONU e cobranças da comunidade internacional para que Israel aceite um cessar-fogo e permita o envio de ajuda humanitária ao território palestino.
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