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Assembleia-Geral da ONU exige cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza; EUA e Israel se opõem

Por Folha de São Paulo

12/06/2025 20h00 — em
Mundo



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) exigiu nesta quinta-feira (12), por ampla maioria, um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente da guerra na Faixa de Gaza, bem como a liberação das fronteiras para envio e distribuição de ajuda humanitária ao território.

O texto recebeu 149 votos favoráveis, inclusive o do Brasil, e 12 contra, incluindo os dos Estados Unidos -que, na semana passada, vetaram um esforço semelhante no Conselho de Segurança da ONU sob o argumento de que isso prejudicaria a negociação de Washington por uma trégua-, de Israel, da Argentina e do Paraguai. Outros 19 países se abstiveram, e 13 não registraram voto.

A resolução da Assembleia, composta por 193 nações, também exige a libertação dos reféns mantidos pelo grupo terrorista Hamas, a soltura dos prisioneiros palestinos detidos por Israel e a retirada total das tropas israelenses de Gaza.

O texto condena "veementemente o uso da fome de civis como método de guerra e a negação ilegal de acesso humanitário, privando civis de objetos indispensáveis à sua sobrevivência, incluindo o impedimento deliberado de fornecimento e acesso a ajuda."

As resoluções da Assembleia não são juridicamente vinculantes, mas têm peso porque refletem a opinião global sobre o conflito. As exigências anteriores da entidade pelo fim da guerra Israel-Hamas foram ignoradas. Diferentemente do Conselho de Segurança da ONU, nenhum país tem poder de veto na Assembleia-Geral.

O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, disse à Assembleia-Geral que o texto promovido pela Espanha é um "libelo de sangue", termo que faz referência a calúnias antissemitas contra judeus na Europa medieval, e pediu aos países que não participassem do que chamou de farsa que prejudica as negociações sobre os reféns e não condena o Hamas.

"É preciso reconhecer que, ao não condicionar o cessar-fogo à libertação dos reféns, vocês disseram a cada organização terrorista que sequestrar civis funciona."

Já a embaixadora interina dos EUA, Dorothy Shea, afirmou que a resolução "não faz nada para libertar os reféns, melhorar a vida dos civis em Gaza ou nos aproximar de um cessar-fogo, sendo apenas mais uma ação performática que mina a credibilidade deste órgão [a ONU]".

Ela disse ainda que Washington não apoiará textos que não exijam o desarmamento de grupos terroristas, sua saída de Gaza e o reconhecimento do direito de Israel à autodefesa.

A votação ocorreu antes de uma conferência da ONU marcada para a próxima semana, que pretende revitalizar os esforços internacionais por uma solução de dois Estados entre Israel e Palestina. Os EUA pediram aos países que não participem.

Em outubro de 2023, a Assembleia-Geral pediu uma trégua humanitária imediata em Gaza com 120 votos a favor. Em dezembro de 2023, 153 países votaram para exigir um cessar-fogo humanitário imediato. Em dezembro de 2024, também foi exigido, com 158 votos a favor, um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente.


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