Tati Machado chora ao detalhar perda do filho aos 8 meses de gestação
Tati Machado, 33, emocionou ao compartilhar como tem enfrentado a dor da perda do filho Rael, que faleceu ainda na 33ª semana de gestação. Em entrevista ao Fantástico, ela e o marido, Bruno Monteiro, relataram detalhes do momento em que descobriram a morte do bebê, o impacto do luto, os sentimentos de culpa e o desejo de seguir tentando realizar o sonho da maternidade.
A apresentadora descreveu o processo de luto como um aprendizado constante. “Sabe quando você tem aquela frase pronta para falar para as pessoas que é um dia de cada vez? Outro dia, conversando com o Bruno, eu falei que não é um dia de cada vez. É uma hora de cada vez. Essa marca é para sempre. Estou fortalecida de muito amor, seguindo em frente, mas lembro que não é a vida que queria ter, que estava me preparando para viver. É uma vida que foi imposta. Essa versão da Tati mãe estava latente em mim”, desabafou.
Bruno também relatou o impacto emocional do ocorrido e destacou a força da relação entre eles. “Acho que se a gente não tivesse numa sintonia muito forte para ressignificar tudo o que está acontecendo com a gente, não sei. Foi um baque muito forte”, disse.
A perda aconteceu logo após uma viagem ao Rio de Janeiro, onde Tati participou do chá de bebê de Rael. De volta para casa, ela começou a perceber que algo estava errado. “Viemos para o Rio fazer o chá de bebê do Rael e, no outro dia, era Dia das Mães. A gente ia voltar de carro e fomos na feira comer pastel. Na viagem, ele parou de chutar, mas nós chegamos em casa e fui dormir”, relatou.
Naquela noite, o instinto materno falou mais alto. “Antes de dormir, eu falei: ‘meu Deus, mexe’. Aí, acordei às 5h da manhã e falei para o Bruno que algo estava estranho. A gente tinha um aparelho de ouvir o coração e ouvimos um som forte. Então, respiramos e fomos trabalhar”, relembrou.
A confirmação da tragédia veio com a notícia da perda do bebê da atriz Micheli Machado e do ator Robson Nunes. O alerta fez Tati correr para o hospital. “Na mesma hora, o meu mundo parou. Logo que fez o ultrassom”, lembrou. Bruno completou: “O silêncio ensurdecedor tomou conta”.
Ao receber a confirmação médica de que o coração de Rael não batia mais, Tati enfrentou o momento com coragem. “Perguntei o que estava acontecendo e a médica da emergência falou que não tinha batimento. Falei: ‘Bruno, a vida trouxe isso pra gente. Vamos ter que encarar juntos’. Fui invadida também por um medo de morrer”, revelou.
Mesmo com toda a dor, o parto foi vivido como um momento especial e necessário para o casal. “Na sequência, começa a indução do parto. Vou ser sincera: esse dia, por pior que fosse, foi muito importante pra gente. O parto do Rael foi lindo, mesmo com toda a tristeza. O Rael nasce dia 13 (de maio), às 8h45 da manhã. A gente encontrou, de alguma forma, a beleza daquele momento. A gente ama nosso filho acima de qualquer coisa”, contou Tati.
O nascimento foi também uma despedida. “Quando a gente conheceu o Rael, foi o nosso momento de despedida também. O Rael parecia muito comigo”, disse Bruno.
Tati ainda descreveu como o luto pela perda de um filho é atravessado por uma série de emoções difíceis de lidar. “O luto é uma mistura de sentimentos. Você sente amor e raiva. Me sinto culpada. Eu acho que nunca vou me livrar da culpa, porque acho que não consegui, não dei conta, mas eu fiz tudo. Eu fazia a ultra toda hora…”
A apresentadora ainda fez questão de destacar a importância de uma proposta de lei que assegura apoio psicológico a pais enlutados. "Essa lei é muito importante porque dá assistência psicológica aos pais, porque é uma dor silenciosa. Em 2019, eu tive uma perda. Na gravidez do Rael eu tive muito medo pela experiência passada. Eu não quero esquecer porque ele é o amor da minha vida. A lei importa porque é um bebê que não vai ser registrado."
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