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Morre Kofi Annan, ex-secretário-geral da ONU e ganhador do Nobel da Paz

Por Portal Do Holanda

18/08/2018 7h16 — em
Mundo


Foto:  Atta Kenare

ACRA — O ex-secretário-geral das Nações Unidas e ganhador do Prêmio Nobel da Paz Kofi Annan morreu, aos 80 anos, disse a Fundação Kofi Annan neste sábado.

Annan, de nacionalidade ganense, morreu em um hospital em Berna, Suíça, na madrugada de sábado, disseram dois colaboradores próximos dele.

Em Genebra, a Fundação Kofi Annan anunciou sua morte pacífica com "imensa tristeza" depois de uma doença curta, dizendo que ele estava cercado em seus últimos dias por sua segunda mulher Nane e seus filhos Ama, Kojo e Nina.

Annan serviu dois mandatos como Secretário-Geral da ONU em Nova York de 1997 a 2006, aposentou-se em Genebra e depois morou em uma aldeia suíça. Juntamente com a organização, o diplomata recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2001 por seus "esforços em favor de um mundo melhor organizado e mais pacífico".

"De muitas maneiras, Kofi Annan foi a Organização das Nações Unidas. Ele subiu nas fileiras para liderar a organização no novo milênio com inigualável dignidade e determinação", disse, em uma declaração, o secretário-geral da ONU António Guterres, que Annan escolhera para chefiar a agência de refugiados da ONU.

Como chefe das operações de paz das Nações Unidas, Annan foi criticado pela atuação do organismo mundial, que não conseguiu deter o genocídio em Ruanda nos anos 1990.

"A ONU pode ser melhorada, não é perfeita, mas se não existisse, você teria que criá-la", disse ele durante entrevista ao seu 80º aniversário em abril, no Instituto de Pós-Graduação de Genebra. "Sou um otimista teimoso, nasci otimista e continuo otimista", acrescentou.

Em uma publicação nas redes sociais, a Fundação Kofi Annan lamentou a morte do diplomata.

"É com imensa tristeza que a família Annan e a Fundação Kofi Annan anunciam que Kofi Annan, ex-Secretário Geral das Nações Unidas e Prêmio Nobel da Paz, faleceu pacificamente no sábado, 18 de agosto, após uma breve doença. Sua mulher Nane e seus filhos Ama, Kojo e Nina estavam ao seu lado durante seus últimos dias", diz o comunicado.

Quando deixou as Nações Unidas, Annan continuou a defender a paz por meio da fundação que leva seu nome e do The Elders, o grupo fundado por Nelson Mandela.

"Kofi Annan era filho de Gana e sentia uma responsabilidade especial para com a África. Ele estava particularmente comprometido com o desenvolvimento africano e profundamente engajado em muitas iniciativas, incluindo sua presidência do Africa Progress Panel e sua liderança inicial da Aliança por uma Revolução Verde na África (AGRA)", afirma a fundação.

O Alto Comissário para os Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra'ad al-Hussein, prestou homenagem a Annan como "o melhor exemplo da humanidade e o epítome da decência".

Zeid, que criticou grandes potências e outros países durante seu mandato de quatro anos, que termina no final deste mês, disse que quando se sentia "isolado e sozinho politicamente", fazia longas caminhadas com Annan em Genebra.

— Quando eu disse a ele uma vez como todos estavam resmungando sobre mim, ele me olhou - como um pai olharia para um filho - e disse severamente: "Você está fazendo a coisa certa, deixe-os resmungar". Então ele sorriu! — contou Zeid.

No comunicado da fundalção, Annan foi lembrado por seu papel como "um estadista global e um internacionalista profundamente comprometido que lutou ao longo de sua vida por um mundo mais justo e pacífico".

"Durante sua distinta carreira e liderança das Nações Unidas, ele foi um fervoroso defensor da paz, do desenvolvimento sustentável, dos direitos humanos e do Estado de Direito".


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