SÃO PAULO — A emoção das corridas, a oportunidade de guiar um “carro de outro planeta” e viajar pelo mundo serão algumas das coisas que Felipe Massa sentirá falta quando deixar a Fórmula 1, segundo o piloto. No entanto, em meio à expectativa para disputar seu último Grande Prêmio da categoria no Brasil, o brasileiro admitiu que não terá saudades de outros aspectos do dia a dia da Fórmula 1.

— Tem muita coisa que eu não vou sentir falta nenhuma. Quinta-feira na pista sem nada para fazer. Não vou sentir falta nenhuma de simulador, simulador só para brincar. Vão ter muitas coisas que eu vou sentir falta também. Vou sentir falta da equipe, de desenvolver o carro, faz os ajustes, ver o que você fala ajuda a melhorar — afirmou o piloto, que convidou jornalistas para um almoço.

Felipe Massa, no entanto, não planeja ficar longe das competições. O piloto da Williams planeja voltar a competir no ano que vem, possivelmente na Fórmula E (categoria com carros que usam energia elétrica), cuja temporada começa apenas na metade do ano. Mesmo às vésperas da aposentadoria, Massa nega que esteja relaxado para a disputa do GP. A Williams disputa o quarto lugar do Mundial de Construtores com a Force India e, embora o brasileiro admita que o carro da escuderia adversária está mais rápido, Massa também espera uma corrida especial em Interlagos.

— Com essa coisa do Brasil fica difícil ficar “relax”, sem dúvida estou feliz e honrado com a minha carreira. Agora, relax dentro de casa é impossível. Não tem tranquilidade e sim fazer o máximo possível nessa corrida e também na minha última corrida, em Abu Dhabi. Tranquilidade nesse momento não tem — disse Massa, que prometeu dar o máximo para terminar sua última corrida no Brasil com um pódio, mas admitiu a dificuldade de alcançar esse resultado com o carro da Williams.

O piloto brasileiro nega que tenha algum sentimento de vingança com o britânico Lewis Hamilton, da Mercedes. Hamilton foi campeão da categoria em 2008 sobre o Brasileiro, com uma ultrapassagem na última curva de Interlagos. Vencedor da corrida, Massa recebeu a faixa quadriculada como campeão, mas o inglês conseguiu subir uma posição na última volta, tirando o título do brasileiro.

Felipe Massa lembrou, no entanto, de outro incidente daquela temporada, a fraude no GP de Cingapura, quando outro brasileiro, Nelson Piquet Jr., bateu de propósito em um local onde não havia a possibilidade de se retirar o carro, o que favoreceria seu companheiro de equipe, o espanhol Fernando Alonso. O Conselho Mundial de Esporte a Motor da Federação Internacional de Automobilismo baniu o chefe da equipe, Flavio Briatore, do automobilismo. Alonso e Piquer foram inocentados por colaborarem com as investigações.

— A vingança maior foi o que aconteu em Cingapura, que foi algo comprado, falso. Eu não tenho nada contra o Hamilton, vou tentar fazer a minha corrida da melhor maneira possível, como sempre entrei pensando — afirmou Massa. Questionado sobre o que gostaria de dizer à torcida no seu último GP em Interlagos, foi lacônico: — Obrigado.