Lula acusa Nikolas de espalhar desinformação sobre Pix para "defender" crime organizado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (29) que o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) teria utilizado notícias falsas sobre o Pix, no início deste ano, para "defender o crime organizado". Em entrevista à Rádio Itatiaia, o chefe do Executivo afirmou que as fake news criaram uma crise que favoreceu empresas associadas ao PCC, grupo criminoso investigado pela Receita Federal.
Segundo Lula, as informações falsas atrapalharam a fiscalização de fintechs, especialmente as envolvidas em um suposto esquema de fraudes no setor de combustíveis. O secretário especial da Receita, Robinson Barreirinhas, afirmou que a operação identificou quem se beneficiou da revogação de normas que ampliavam a fiscalização de bancos digitais e fintechs.
A operação Carbono Oculto, deflagrada nesta semana, mira empresas e postos de combustíveis ligados ao PCC, que teriam movimentado R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024. De acordo com a Receita Federal, o grupo utilizava fintechs e pelo menos 40 fundos de investimento para ocultar patrimônio, funcionando como "bancos paralelos". Ao todo, 42 alvos foram localizados na Avenida Faria Lima, em São Paulo.
Apesar das acusações, não há provas de que Nikolas Ferreira esteja diretamente envolvido no esquema. Lula destacou que a investigação deverá revelar a participação de integrantes do crime organizado, enquanto Barreirinhas classificou o episódio como o maior ataque de fake news já sofrido pela Receita Federal, que comprometeu o monitoramento das transações financeiras digitais.
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