O governador Wilson Lima mexeu na base do governo e alterou o secretariado onde ele mais se aproxima da sociedade. Na prática, a ideia é de uma equação sem erros de arredondamento, sem truncamento e sem falhas de cálculo. Mas a política não é matemática, os erros se avolumam, produzem rompimentos e, no final, a soma é zero.

Ao entregar ao PL de Waldemar Costa Neto e Alfredo Nascimento parte de seu secretariado,o  governador acena com a possibilidade de ingressar no partido e formar uma grande frente com o União Brasil e o PP, o Podemos e outros. 

Wilson Lima muda secretários da Sedel, Sead, Cosama e Amazonastur 

Partidos não faltam nessa aliança: falta regras escritas.

Invés da sonhada equação, Wilson criou um castelo de cartas, frágil e sem regras. Os compromissos não escritos sustentarão  a ilusão de um projeto de poder que contempla interesses de caciques que mordem pelas beiradas e engolem o que encontram pela frente.

Quem teve a oportunidade de conhecer o governador fora das redes sociais e bem distante da malícia de seus inimigos políticos, sabe de suas boas intenções e do sonho de representar o Amazonas no Senado. Seria um bom senador, sem a pecha de carregar a bandeira vermelha na cobrança extra da conta de luz, sem os jabutis das importadoras de combustíveis... O senador ideal.

Mas Wilson não deixou de ser o mesmo menino dos programas de tv, com a mesma inocência, a mesma crença nos homens, um comportamento que o isolou no primeiro mandato, mas que faz dele um homem que procura ser íntegro e leal.

Falta a Wilson, entretanto a malícia, a percepção de que a política é o exercício do prazer e da dor.
 
Ao se aproximar do PL perde a percepção do perigo - de ser traído e isolado. 

Pior, o quadro que fica com esse castelo de cartas é de um governo acéfalo após a desincompatibilização do governador, em maio do próximo ano, com um vice em que muito provavelmente não confia e que vai estimular a candidatura do prefeito de Manaus, David Almeida, ao governo do Estado.

É natural que o governador busque ser o candidato único da direita ao Senado, mas como fica a Maria do Carmo, o  Alberto Neto e as ambições do ex-prefeito Alfredo Nascimento?
Cartas na mesa..