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A surra prometida pelo procurador no vice-governador


Por Raimundo de Holanda

27/08/2019 18h40 — em
Bastidores da Política



O procurador Carlos Alberto  Almeida é um exímio  conhecedor das leis e um homem reconhecidamente sério.  Por isso mesmo poderia ter arguido suspeição para inquirir empresário supostamente envolvido em corrupção ativa de agentes públicos. Pela simples razão de ser pai do vice-governador, que não é uma figura decorativa no governo do Amazonas. É o chefe da Casa Civil e, portanto,  cabe a ele a última palavra  sobre o mérito das propostas, a razoabilidade dos contratos, e demais assuntos de natureza jurídica e administrativa que chegam à  mesa do governador.  Em tese, sabe tudo o que se passa no governo e tem ingerência sobre os atos dos  demais secretários. Portanto, é difícil compreender que não sabia ou desconhecia os  negócios pouco  republicanos denunciados pelo senhor Francisco Dantas, dono de um contrato milionário na Secretaria de Educação do Amazonas.

O empresário, que delatou uma rede de corrupção na secretaria, buscou isentar o vice-governador. E  de fato é possível que não haja qualquer envolvimento do vice ou do governador.  Mas dizer, como disse o procurador durante e inquirição,  que daria uma surra no filho, caso houvesse envolvimento dele, foi uma daquelas banalidades das quais poucos pais se dão conta.  Misturou público com privado, família com governo,  além de ignorar que hoje há uma lei contra palmadas. 

Uma surra não sanaria eventuais  danos ao erário provocados pelo filho, não evitaria sanções legais, não impediria que o procurador, mesmo como pai, o denunciasse.

Mas há o lado positivo : o procurador conseguiu um feito: implodiu o governo - que agora sangra. Não deve sobrar quase nada - porque não há inocentes nessa história.

ESTRATÉGIA DE BOLSONARO - O presidente brasileiro Jair Bolsonaro continua criando crises para as quais não tem soluções. E com isso mantém-se em evidência no âmbito de uma política de ‘fofocas’ movida por um exército de contra comunicadores, especialistas em distorcer as palavras com grosserias.

DESMONTE - O desmonte das barreiras de proteção da floresta amazônica já ‘desapareceu’ sob a fumaça das queimadas e do palavreado chulo dos membros do governo. É este o objetivo, afinal.

QUEIMADAS. No encontro com os governadores da Amazônia, Bolsonaro simplesmente ignorou as queimadas e já iniciou nova frente de atritos, acusando os índios de prejudicarem a economia do país.

 

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.