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A pandemia e o nascimento de bebês em Manaus


Por Raimundo de Holanda

03/01/2022 20h03 — em
Bastidores da Política



Apesar de anos difíceis e de tantas perdas, de orações e de lágrimas, poucos pais optaram por registrar os filhos com nomes relacionados a fé cristã: Maria, Emanuel, José… Raimundo, nem pensar!

 

A pandemia impactou no número de nascimentos de bebês em 2021. Foram 25,3 mil somente nas sete maternidades de Manaus. Contabilizados os nascimentos ocorridos (em casa, com parteiras) e nos demais  municípios do Estado, esse número pode passar de 50 mil. Ainda são dados extraoficiais, mas se comparados com 2020, houve queda considerável. ( Veja tabela abaixo). 

Enquanto uns nasciam, outros morriam em razão da pandemia. O Amazonas perdeu  somente para a Covid entre 2020 e 2021  cerca  de 14 mil cidadãos, entre 25 e 65 anos.  O impacto no número do eleitorado é pequeno, mas os óbitos ocorreram numa faixa de idade que influencia os mais jovens - eram pais, tios ou avós de uma geração que votará pela primeira vez este ano.

Não se incluiu aqui os mortos em acidentes, homicídios e de causas naturais. Nem vale a pena. São números assustadores.

Apesar de anos difíceis e de tantas perdas, de orações e de lágrimas, poucos pais optaram por registrar os filhos com nomes relacionados a fé cristã: Maria, Emanuel, José…

Raimundo, nem pensar!

A maioria optou por Arthur, Gael e Miguel para os meninos. As meninas na sua maioria foram registradas como Helena, Alice e Laura. Isso você já deve ter lido em algum site, mas vale repetir no momento em que se fala de nascimento e esperança. Afinal, um nome é um nome, que pode ser alterado ao longo dos anos.

O que pode ser mudado (e isso depende de cada um de nós), é o destino dessas crianças nascidas em um País de luto. Prepará-las para o futuro, oferencendo-lhes o que tem sido negado a maioria dos brasileiros: uma boa escola, um sistema de saúde que  funcione e uma Nação menos dividida pelo ódio.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.