Os crimes de Wilson Witzel e Wilson Lima
- No Rio de Janeiro, de Wilson Witzel, 16 mil mortos. No Amazonas, de Wilson Lima, 3.600. Em outro país com histórico de conquistas civilizatórias seriam julgados por crimes contra a humanidade. Na prática, se apropriaram do ar daqueles que morreram porque não podiam respirar.
Ontem foi Wilson Witzel, amanhã poderá ser Wilson Lima. Os dois Wilsons são acusados de comandarem em seus estados organizações criminosas que se apropriaram de recursos da saúde no período mais crítico da pandemia de coronavírus.
O primeiro foi afastado, o segundo aguarda desfecho de um pedido semelhante feito ao STJ pela Procuradoria Geral da República. O primeiro, um ex-juiz, caçador de corruptos. Da sua caneta saíram dezenas de condenações . O segundo, um atirador de pedras no telhado alheio e que vendia uma farsa: ser o homem que resolveria todas as “ broncas” e acabaria com a corrupção .
Os dois Wilsons chegaram ao governo de seus estados e repetiram o mesmo crime daqueles contra os quais atiravam pedras. E fizeram pior. Ao desviarem dinheiro quando mais as pessoas precisavam da ação dos governos, deixaram uma montanha de mortos pelo caminho. No Rio de Janeiro, de Wilson Witzel, 16 mil mortos. No Amazonas, de Wilson Lima, 3.600. Em outro país com histórico de conquistas civilizatórias seriam julgados por crimes contra a humanidade.
Ao fazerem negócios com respiradores desdenharam de cidadãos doentes e indefesos. Agiram de forma organizada e pré concedida. Na prática, se apropriaram do ar daqueles que morreram porque não podiam respirar.
Essa é a historia mais tenebrosa desses dias. E um retrato de um país em decomposição moral. .
E o que é pior: o eleitor dá sinais de que não aprendeu nada com essa horrorosa experiência.
Os brasileiros, afinal, não precisam apenas de vacina contra a Covid, precisam de educação. Seja para escolher com clareza seus representantes, seja para se preparar para enfrentar dias difíceis que ainda não chegaram…
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.