A intriga das marinetes
A declaração do senador Omar Aziz (PSD), de que a não pavimentação da BR 319 contribuiu para o colapso de oxigênio em Manaus, durante a pandemia, vem sendo refutada por grupos ligados à ministra Marina Silva.
O argumento é que, se o envio ocorresse pelo Rio Madeira chegaria com 66 horas de antecedência.
O cálculo é bom, mas não leva em conta que nesse mesmo período começavam os problemas de navegação nos rios da região, o que atrasou o transporte fluvial e o abastecimento de Manaus.
E é falso o que diz o pesquisador Lucas Ferrante, na medida em que não considera que a rodovia, caso fosse asfaltada, possibilitaria que o oxigênio chegasse na cidade em 10 horas. Portanto, menos tempo do que ele entende que o Madeira favoreceria.
Propositalmente, o pesquisador fala em menos 66 horas, mas parece desconhecer que uma balsa leva 4 dias, quando os rios estão cheios, para fazer o trajeto de Porto Velho a Manaus.
Um erro proposital de cálculo ou pressa em justificar os obstáculos colocados pela ministra Marina Silva para o asfaltamento de 800 km da rodovia?
Ferrante é humano. Portanto, suscetível a erros. Mas precisa ser correto...
ASSUNTOS: BR 319, Ferrante, Marina Silva, Omar Aziz
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.