Férias faz bem, curar o estresse e o mau humor
O ministro Alexandre de Moraes está cada vez mais estressado. Oscila entre o juiz que compreende a necessidade de aplicar a lei, o promotor que quer condenar mesmo à revelia de provas e o delegado ansioso por prender. Mas se ele sempre buscou inserir em sua conduta esses três personagens, a pressão sobre o ministro hoje é maior, com impacto inclusive familiar.
Assim, tem ameaçado encerrar sessões da Primeira Turma com prisões de testemunhas do caso de 8 de janeiro, surpreendendo até mesmo seus colegas. Não seria surpresa se alguém mais próximo ao ministro o aconselhasse a tirar umas férias.
A carga sobre Moraes seria infinitamente menor se os inquéritos envolvendo a tentativa de golpe estivessem sendo julgados pelo Pleno do Supremo, e não pela Primeira Turma.
O risco de o ministro perder a calma e de certa forma "estragar" tudo, como apostam seus inimigos, é grande.
Já foi um vexame o procurador da República, Paulo Gonet, dizer em microfone aberto que fez "uma cagada", ao formular uma pergunta fora de contexto ao ex-ministro da defesa, Aldo Rebelo, aliás o dito cujo ameaçado de prisão por Moraes.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.