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Eleição em Coari neste domingo é um teste para força política do governador do Amazonas


Por Raimundo de Holanda

03/12/2021 19h08 — em
Bastidores da Política



O governador do Amazonas, Wilson Lima, testa neste domingo sua capacidade mutante, metamorfa ou transformadora. A capacidade de ser o que prometeu em 2018  e foi arrastado por uma série de acontecimentos que o levaram do céu ao inferno nos primeiros dois anos de governo.

A eleição em Coari, na qual o governador faz uma nova aposta, não parece  crucial para esse processo de metamorfose politica. Wilson nem precisaria se submeter a esse teste diante de um tabuleiro que, ao menos do ponto de vista estrutural, de base e capital politico, o favorece em 2022: a aliança com o prefeito de Manaus, David Almeida e com o presidente Bolsonaro, formando uma tríade  de poder capaz de construir a verdade convencional, ou a pós verdade, especialmente se a pandemia de Covid 19 tiver passado. Mas quis correr riscos.

Se o candidato que apoia - Robson Tiradentes JR vencer - Wilson terá dado uma prova de que, se houve desgaste pessoal e politico durante os dois primeiros anos de seu governo, ele agora sabe usar um poder concentrado numa estrutura sabidamente  eficiente quando utilizada com inteligência.

O fez com alguma competência  convencendo a Justiça Eleitoral a distribuir ranchos e Cartão Cidadão cinco dias antes da eleição. Um teste de poder. Mas o coração do eleitor  é cheio de contradições.

Se Keitton Pinheiro vencer, tudo terá que ser repensado. O processo de metamorfose não seria tão simples como provavelmente imaginado. O governador pode sangrar nesse processo localizado e imprudentemente encarado como um desafio.

A hora da verdade está chegando.  Se Tiradentes JR perder,  perde o governador. Se ganhar, Wilson  terá a receita do bolo eleitoral de 2022.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.