Um amigo retornou ao Brasil algemado. Ele se encontrava há quatro anos nos EUA. Foi um entusiasta da campanha de Trump. Seu retorno forçado marca um novo tempo - o fim da ilusão de que os EUA representam a porta da prosperidade.

Assistimos juntos pela TV os protestos de migrantes em Los Angeles e a selvageria da Guarda Nacional, enviada por Trump para pôr fim à rebelião. O que não entendo é a razão pela qual tanta gente, como meu amigo, insiste em permanecer (no caso dele, sonha em voltar) em um país que os rejeita.

É compreensível - e isso pode soar mal para muitos que não são nascidos nos EUA - a nova política do governo norte-americano contra os migrantes, mesmo considerando que o país foi formado por gerações de gente  de várias nacionalidades. É que a fartura acabou, o império está no fim. 

Trump busca reaver o que já é passado - a glória perdida, o histórico de uma nação que somente continua grande porque construiu um poder bélico incomparável, mas tem extrema pobreza, especialmente entre negros e latinos.

Trump sabe como um império desaba. Foi assim com Roma, derrotada por migrantes, especialmente visigodos que se estabeleceram em torno do império. OS EUA, desde sua criação, sempre imitaram os romanos.

Se alguns impérios chegaram ao fim pela guerra e pela incompetência de seus governantes, outros, como Roma, caíram em parte ´porque permitiram intensa migração de povos menores, que até fizeram parte de seus exércitos e, em alguns casos, se rebelaram.

Trump anda lendo livros de história e sabe que os Estados Unidos enfrentam a sua última batalha....