Uma pesquisa da organização internacional Global Witness aponta que, as três maiores empresas do setor de carne bovina do Brasil (JBS, Marfrig e Minerva), compraram gado de cerca de 379 fazendas, que desarborizaram ilegalmente a região amazônica, em meio a recordes de queimadas.

De acordo com o relatório da ONG, a área atingida é de 202 km² (equivalente à 20 mil campos de futebol). Essas três empresas erraram igualmente em monitorar "mais de 4.000 fazendas no Pará inseridas em suas cadeias produtivas, e com um total estimado de 140 mil campos de futebol de desmatamento, para evitar que gado dessas fazendas chegasse a seus frigoríficos".

As cadeias de suprimento de tais empresas são analisadas de forma independente por multinacionais. Os resultados parecem progredir a cada ano. Exemplificando, a JBS afirma que praticamente 100% de toda a sua carne tem origem de fazendas legais e que não adquirem gado de onde houve desmatamento.                       

Outro cenário apontado pelo relatório da Global Witness, essas empresas frigorificas compraram de pecuaristas acusados de crimes como violação de direitos humanos, fraudes, grilagem de terras e que foram multados por desmatamento ilegal pelo Ibama. 

As três empresas contestaram a estrutura usada pela ONG e desmentiram todas as 379 acusações contra fazendas que fornecem gado. Basicamente, afirmaram que o relatório da Global Witness é vago e falso e que fazem todas as obrigações legais e condições socioambientais firmadas. 

De acordo com a BBC, a ONG fundamenta suas acusações por meio dos dados de origem de cada animal e assim foi feito com um gado comprado pela JBS, que logo ajudou a ONG a “cruzar” pelas áreas das fazendas fornecedoras com imagens de satélites, sendo eles o Landsat e Sentinel, todas analisadas em parceira pela Imazon (ONG brasileira), que monitora o desflorestamento da região amazônica.

As imagens dos satélites mostram de forma clara o aumento do desmatamento ao longo dos anos. O desmatamento da floresta amazônica em território brasileiro atingiu o mais alto nível desde 2008, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Cientistas afirmam que o país sofreu perdas de forma rápida desde a mudança de Presidência em 1019. 

A JBS, Marfrig e Minerva, mesmo refutando as acusações, se comprometeram publicamente a não comprar gado de fazendas que desmataram após outubro de 2009, foram embargadas pelo Ibama ou se sobrepunham a terras protegidas ou indígenas, ou de fazendas com desmatamento ilegal ocorrido após julho de 2008.

Foi feito um documento pela Global Witness, que lista todas as acusações, o posicionamento das empresas e todos os detalhes sobre elas e as contestações feitas pela própria ONG sobre as refutações que consideraram insatisfatórias.