Juíza dá voz de prisão a PM após suposta desobediência em fórum de Manaus
Manaus|AM - Na manhã da última segunda-feira (9) o soldado da Polícia Militar do Amazonas (PMAM) Marcos Antônio de Assis Gomes, 28, recebeu voz de prisão da juíza Margareth Rose Cruz Hoagem, 57 na sala de audiências da 4ª Vara Criminal do Fórum Ministro Henoch Reis, situado na avenida André Araújo, bairro Aleixo, zona Centro-Sul da capital.
Segundo boletim de ocorrência da magistrada, registrado no 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), na Praça 14, o militar teria desobedecido uma ordem durante uma audiência de custódia. De acordo com o documento, o policial estaria mexendo em seu celular na sala de audiência quando a juíza teria pedido que ele parasse, pois estaria atrapalhando o andamento.
Ao fim da audiência, Margareth teria solicitado ao policial que tirasse as algemas do detento ao qual fazia a escolta. Conforme relatos do boletim de ocorrência, o PM teria dito em tom agressivo que ele era quem decidia se manteria o preso algemado ou não.
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, o militar teria destravado sua pistola e teria mantido uma de suas mãos na arma, o que fez com que a magistrada saísse da sala e ordenasse a outros PMs do Batalhão de Policiamento de Guarda (BPGuardas) que prendessem Marcos Antônio por desacato.
Nota Amazon
A Associação dos Magistrados do Amazonas (Amazon) manifestou-se, na tarde desta segunda-feira, sobre a agressão sofrida pela Juiza Margareth Rose Cruz Hoagen da 4ª vara criminal, quando ao chamar atenção de um Policial Militar, que fazia a escolta dos presos dentro da sala de audiência porque ele estava usando o celular na sala, o mesmo começou a gritar e a seguir destravou a arma e ficou com a mão segurando a mesma.
O juiz Cássio André Borges dos Santos, presidente da Amazon, afirmou que a entidade prestará todo apoio à magistrada.
"É um absurdo o que aconteceu dentro da sala de audiência. Não podemos ou admitiremos que situações como essa acontecam, pois elas atigem a dignidade da profissão. A juíza Margareth Rose Cruz Hoagen tem nossa solidariedade e apoio", enfatizou.
Ainda segundo Cássio Borges, a conduta do Policial Militar foi criminosa. "Exigimos investigação e punição ao PM, pois consideramos o ato um ataque ao Estado democrático de Direito", finalizou.
Nota PMAM
A Diretoria de Comunicação Social da Polícia Militar do Amazonas informa que o Comando Geral da Corporação tomou conhecimento do ocorrido por meio do Centro Integrado de Operações (Ciops). Informamos ainda que o Cel Marcus Frota, Comandante Geral da Polícia Militar do Amazonas determinou por meio da Diretoria de Justiça e Disciplina (DJD) a abertura de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar as circunstâncias em que se deu o fato.
O Comando da PMAM informa que tem total interesse em esclarecer o ocorrido e que não compactua com atitudes que vão contra o que diz o regulamento militar e os preceitos legais. A Polícia Militar do Amazonas reafirma sua parceria com o poder judiciário e com a sociedade.
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