Manaus/AM - Em meio a diversos casos de troca de corpos de pessoas mortas por covid-19 no Amazonas, mais um caso chocou a cidade nessa quarta-feira (6) em Manaus.

A idosa Joana Pereira dos Santos Araque, 66, que havia sido internada no dia 24 de abril no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), com coronavírus, foi declarada morta pela unidade de saúde e posta em um saco fúnebre, porém ela estava viva e respirando.

Um vídeo que foi divulgado e viralizou na internet, mostra o momento em que a idosa, ainda no saco, respira com dificuldade. Uma pessoa, não identificada mexe em suas mãos.

O filho da idosa, o cabo da polícia militar Moisés Arancíbia, conversou com exclusividade com o Portal do Holanda. Ele disse que estava de serviço quando soube que o vídeo da mãe circulava em redes sociais. Ao assistir, de fato constatou que se tratava dela.

"Minha mãe foi internada no dia 22 de abril no SPA do bairro Alvorada com coronavírus. De lá ela foi transferida para o HUGV no dia 24. O contato que eu tinha com ela era através dos funcionários do hospital ou por boletim médico, porque ela estava isolada", disse.

Segundo o cabo, no hosítal, ele precisou fazer barulho para conseguir chegar até sua mãe.

"Eles não me deixavam saber nada dela. Mesmo eu falando e mostrando o vídeo. Precisei usar de um tom desesperador e subir na marra pelo elevador. Chamaram um médico identificado por Renato, que me levou a uma sala e me vestiu com equipamentos adequados para me aproximar dela", disse.

Após a repercussão do vídeo na internet, o cabo contou que sua mãe foi posta em um apartamento sozinha. Ele pede que seja aberta uma sindicância para apurar o erro que quase de fato matou sua mãe. "Eu quero que seja feita a justiça, mas nesse momento eu só peço pela saúde da minha mãe. Depois vou correr atrás da justiça", finalizou.