"Combater garimpo ilegal é salvar vidas", diz diretor da PF em Manaus
Em um discurso contundente, o diretor de Amazônia e Meio Ambiente da Polícia Federal (PF), Humberto Freire, afirmou que o combate ao garimpo ilegal na região é uma questão de "salvar vidas". A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa sobre a inauguração do Centro de Cooperação de Polícia Internacional da Amazônia (CCPI), em Manaus.
De acordo com Freire, a atividade criminosa não apenas destrói o meio ambiente, mas também vitimiza populações ribeirinhas e indígenas, seja por meio de contaminação por mercúrio ou pela cooptação por facções criminosas.
Duas frentes de combate e corrupção
Operações imediatas: Incluem a inutilização de equipamentos, fechamento de garimpos e prisões em flagrante.
Investigações aprofundadas: Focadas em identificar e desmantelar as redes de financiamento e lavagem de dinheiro por trás da mineração ilegal. A PF também mira naqueles que organizam o esquema, incluindo agentes públicos corruptos, e em crimes associados como a exploração sexual.
Freire citou a Operação Palácios, em Roraima, como exemplo de ação contra redes de exploração sexual em garimpos, e mencionou a Operação Yanomami, de 2023, que, segundo a PF, resultou em uma redução de 96% das áreas de garimpo ilegal na terra indígena.
O diretor da PF também defendeu a necessidade de combater a vulnerabilidade social das comunidades amazônicas. Para ele, oferecer alternativas de renda e reduzir a pobreza são essenciais para evitar que essas populações sejam cooptadas por grupos criminosos. "Não é esmola, é levar riqueza efetiva para essas populações", afirmou.
A coletiva também detalhou programas e investimentos que serão anunciados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre eles, a assinatura de um contrato de R$ 150 milhões para regularização fundiária e ambiental, beneficiando sete municípios do Amazonas.
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