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Arthur Neto sugere melhorias à Zona Franca em conversa com novo superintendente

Por Portal Do Holanda

17/06/2020 22h04 — em
Amazonas


Foto: Reprodução / Redes sociais

Manaus/AM - O prefeito de Manaus Arthur Neto, divulgou na noite desta quarta-feira (17), que recebeu uma ligação do novo superintendente da Zona Franca de Manaus, o general Algacir Polsin. Em conversa, Neto declarou que há muito a ser feito, do contrário, a ZFM não subsistirá  por muito tempo. Confira:

"Recebi uma ligação de cortesia do prezado general de Brigada Algacir Polsin, empossado hoje como novo superintendente da Suframa e lhe desejei êxito na nova missão. Espero estabelecer a mais positiva relação entre a Prefeitura que dirijo e a entidade que ora passa a contar com sua experiência e competência no trato da coisa pública.

Disse a ele com sinceridade, da qual procuro jamais escapar, da contrariedade que me causou ter sido convidado para acompanhar a cerimônia, sem direito à voz de Manaus que, no Amazonas, deixando-se de lado fictícias hierarquias, indubitavelmente, é a mais representativa de todas, por ser cidade-Estado com cerca de 2,3 milhões de habitantes e pouco mais de 80% do PIB do Amazonas. Os demais municípios somam entre 1,8 e 1,9 milhão de brasileiros. Para exemplificar, Manaus é mais populosa que Acre, Rondônia, Roraima, Amapá e Amazonas, se nosso grande Estado não contasse com a maior metrópole de toda a Amazônia, a 7ª maior cidade brasileira e dona do 7º maior PIB, dentre as capitais de estados brasileiros.

A conversa foi muito boa e sinto que ainda temos muito que dialogar. Não me limitei a elogios, claro que expressando meus votos de felicidade pessoal e profissional, mas alertei que, no ritmo da presente toada, com ou sem incentivos fiscais, a Zona Franca não subsistirá por muito tempo. Seu parque industrial está envelhecido. Não se investe, de verdade, em P&D, em inovação, em formação de robusto capital intelectual, em qualificação da mão de obra. Se a economia estivesse "bombando", haveria um caos portuário. Não temos hidrovias. Temos rios magníficos, porém, repito, não contamos com hidrovias, que encurtariam caminhos e reduziriam os custos Zona Franca. Nossa telefonia celular é péssima. Nossa internet é contra os negócios, de tão precária que se revela. Precisamos de novos polos: o de áudio e vídeo está condenado à caducidade, assim como outros que ainda vão sobrevivendo.

Por que não investir na fabricação de drones, inclusive de tamanho suficiente para transportar produtos aqui elaborados, voando por cima da cobertura florestal e chegando a rodovias, ferrovias, aeroportos, rebaixando custos de transporte dessas mercadorias? Economia 4.0 pura.
Por que não aproveitar, através de exploração obviamente sustentável, o maior banco genético do mundo, que reside em nossa região? Explorar a biodiversidade, criar um polo de biotecnologia, viver da grande floresta sem destruí-la, sem permitir o garimpo poluidor, sonegador e criminoso, sem pensar em agronegócio no coração da floresta, porque em 20 anos o solo estaria fatigado e o passo seguinte seria a desertificação.

Por que não juntar o PHD formal, o da academia, com o PHD índio, que conhece todos os mistérios da floresta? Essa é a dupla exata para gerar prosperidade para os amazônidas, para os brasileiros e para parceiros empresariais nacionais e estrangeiros. Sim, porque a Amazônia é inarredavelmente terra brasilis, contudo nós todos sabemos do interesse planetário sobre ela. E é nosso dever governá-la correta e inteligentemente, em paz com nossas consciências e com o mundo todo.

Há muito a ser feito. E a conjuntura econômica não se mostra, de jeito algum, favorável. É hora de promover uma ampla reforma na estrutura administrativa do órgão, de modo a torná-lo contemporâneos das exigências do seu próprio tempo."


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

ASSUNTOS: a superintendente, algacir polsin, Arthur Neto, Suframa, Amazonas

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