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Pesca do pirarucu é lembrada em sessão do Senado sobre Instituto Mamirauá

Por Portal Do Holanda

27/05/2019 14h32 — em
Amazonas



As ações do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) foram fundamentais para garantir a pesca do pirarucu e a preservação dessa espécie, que é a maior de água doce no mundo. O sucesso da iniciativa foi destacado em homenagem no plenário, nesta segunda-feira, dia 27, para comemorar os 20 anos da organização que atua em políticas públicas em favor da biodiversidade amazônica.

O IDSM é uma organização social criada em abril de 1999 e supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Ela desenvolve suas atividades por meio de programas de pesquisa sobre a biodiversidade, manejo de recursos naturais e desenvolvimento social, principalmente na região do Médio Solimões, no estado do Amazonas.

Segundo os participantes, a parceria entre a ciência e o saber tradicional das comunidades ribeirinhas acumula resultados positivos nos últimos 20 anos, quando houve aumento médio de 427% dos estoques de pirarucu. No ano passado, por exemplo, a atividade pesqueira gerou mais de R$ 1,5 milhão para as comunidades da região.

“Entre os anos de 1980 e 1990, a população dessa espécie, que chega a medir 3 metros e a pesar 200 quilos, reduzia-se a olhos vistos, em virtude da pressão exercida pelos grandes centros urbanos, como Manaus. Pesados, compridos e com uma constituição respiratória que os obriga a se expor com mais frequência na superfície dos rios, os pirarucus se tornaram presas fáceis diante de pescadores pressionados a atender um mercado em franca expansão. Não é difícil de se presumir que o tamanho médio dos peixes capturados e comercializados começou a diminuir ao longo do tempo, obrigando o país a instituir as primeiras restrições, até que, em 1996, a pesca foi totalmente proibida no Amazonas”, explicou o senador Eduardo Braga (MDB-AM), autor do requerimento de homenagem e que presidiu a sessão especial.

Segundo ele, o instituto intensificou as pesquisas que serviram de subsídio para a retomada da exploração comercial e, em 1999, começou um projeto de manejo com regras claras, entre elas o respeito ao tamanho mínimo do pescado e a interrupção da atividade durante o período reprodutivo.

"A filosofia que impulsionou o manejo do peixe símbolo da grandiosidade amazônica repete-se em dezenas de outros projetos. Aí está, talvez, uma das principais virtudes do Instituto Mamirauá”, afirmou.

Qualidade de vida

O presidente do IDSM, João Valsecchi do Amaral afirmou que é notável a melhoria dos indicadores de saúde, educação, desenvolvimento social, econômico e tecnológico nos locais de atuação do instituto ao longo de duas décadas. O trabalho se reflete, por exemplo, nos indicadores de mortalidade infantil.

"Nas áreas assistidas pelo instituto, esse índice era de quase 10% há 20 anos. Isso quer dizer que, para cada mil crianças nascidas, 100 morriam antes de completar um ano de idade. Hoje, com os trabalhos relacionados à educação e à saúde, e com as tecnologias sociais implementadas, o índice nessas áreas é próximo à média brasileira e inferior à média do estado do Amazonas. Isso tudo só exemplifica o grande trabalho que realizamos”, avaliou o presidente, que aproveitou para pedir apoio às atividades de pesquisa no país.


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ASSUNTOS: ambiente, IDSM, Instituto Mamirauá, pirarucu, preservação, senado federal, Amazonas

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