Relatório preliminar aponta corte de combustível em acidente aéreo na Índia
Um relatório preliminar, divulgado nesta sexta-feira (11), revelou que o fornecimento de combustível para os motores do Boeing 787-8 da Air India foi interrompido 29 segundos antes do impacto, culminando na trágica queda da aeronave em Ahmedabad, Índia, no dia 12 de junho. O acidente, que tirou a vida de 260 pessoas – 239 a bordo e 21 em solo – chocou o mundo e agora tem novos detalhes que direcionam o foco da investigação. A aeronave, que tinha como destino Londres, caiu logo após a decolagem, atingindo um alojamento de uma faculdade em uma área residencial movimentada.
Os dados da caixa preta revelam uma sequência alarmante de eventos após a decolagem às 13h38:39. Apenas três segundos depois, às 13h38:42, os botões de distribuição de combustível foram desligados, levando os motores a perderem potência. Registros indicam que um piloto questionou o outro sobre o corte do motor, recebendo como resposta uma negativa. Embora uma turbina de emergência (RAT) tenha sido acionada e os botões de combustível religados segundos depois, a perda de altitude foi irreversível. Um "Mayday" foi declarado às 13h39:05, com os gravadores sendo interrompidos seis segundos depois, no momento do impacto.
Especialistas em segurança da aviação, como John Cox, ressaltam a improbabilidade de um acionamento acidental dos botões de combustível. Essa observação, somada à confirmação de que os flaps estavam na posição correta para a decolagem e que o combustível estava em condições satisfatórias, reforça a hipótese de que o corte deliberado do fornecimento de combustível será o ponto central das investigações futuras. O relatório não trouxe recomendações à Boeing ou à fabricante do motor, indicando que a falha mecânica ou estrutural não é a principal linha de investigação.
A tragédia não se limitou à aeronave. Ao atingir o solo em uma área residencial, o avião ceifou a vida de 21 pessoas que estavam no alojamento de uma faculdade de medicina. A bordo, o voo transportava 242 pessoas, incluindo 169 indianos, 53 britânicos, sete portugueses e um canadense. Apenas um passageiro, com dupla nacionalidade indiana e britânica, sobreviveu à queda, tornando o incidente um dos mais mortais da história recente da aviação.
Com base nas informações preliminares, a investigação agora se aprofundará nas circunstâncias que levaram ao desligamento dos botões de combustível, buscando entender os motivos por trás dessa ação crítica. As autoridades indianas, em colaboração com especialistas internacionais, continuarão a analisar cada detalhe para fornecer respostas às famílias das vítimas.
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