Israel e Hamas retomam negociação por cessar-fogo na Faixa de Gaza

Israel e o grupo extremista Hamas retomaram, neste sábado (17), as conversas em Doha, no Catar, com o objetivo de alcançar um novo acordo de cessar-fogo para a Faixa de Gaza. A iniciativa surge em um momento crítico, marcado por uma intensificação dos ataques israelenses no enclave palestino ao longo da última semana.
Conforme informações das autoridades de saúde de Gaza, controladas pelo Hamas, os recentes bombardeios resultaram na morte de mais de 300 palestinos desde a última quinta-feira (15), além de centenas de feridos e um número indeterminado de pessoas soterradas sob os escombros.
Essa nova onda de violência representa o período mais letal desde o colapso do cessar-fogo anterior, em março. O Exército de Israel justificou as ações como parte de seus esforços para "cumprir todos os objetivos da guerra, incluindo a libertação dos sequestrados e a derrota do Hamas". Em contrapartida, Taher Al-Nono, assessor de imprensa do comando do Hamas, comunicou à agência Reuters que a nova rodada de negociações com a delegação israelense está ocorrendo sem "pré-condições", sinalizando uma possível abertura para o diálogo em meio ao conflito.
As discussões em Doha, segundo Al-Nono, abordam as demandas centrais do Hamas, que incluem o fim imediato das hostilidades, a troca de prisioneiros, a completa retirada das forças israelenses de Gaza e a permissão para o restabelecimento do fluxo de ajuda humanitária essencial para a população local. Paralelamente, o Ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, confirmou a retomada das negociações visando a libertação dos reféns israelenses mantidos pelo Hamas, embora tenha enfatizado que a operação militar em Gaza, deflagrada neste sábado, prosseguirá com "grande força".
A escalada dos confrontos e a busca por uma nova trégua ocorrem em um contexto regional delicado, marcado pela visita do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Oriente Médio. A ausência de Israel em seu roteiro e a falta de avanços significativos em um acordo de cessar-fogo na região levantam questionamentos sobre a influência externa na resolução do conflito.
Adicionalmente, a suspensão da entrega de suprimentos a Gaza por Israel desde o início de março intensificou a preocupação da comunidade internacional com a grave situação humanitária enfrentada pelos 2,3 milhões de habitantes do enclave.
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