Roma foi palco, neste sábado (17), de uma manifestação em defesa dos direitos da comunidade LGBTQIA+, no Dia Internacional contra a Homofobia, a Bifobia e a Transfobia. O ato teve como foco um apelo ao papa Leão XIV, pedindo que ele escute as demandas da comunidade LGBTQIA+, especialmente após o Vaticano reafirmar a defesa do casamento heterossexual como pilar da estrutura familiar. A declaração foi feita pelo cardeal Robert Francis Prevost e gerou forte reação entre os ativistas.

Segundo Mario Colamarino, presidente do clube Mario Mieli e porta-voz da Roma Pride, a posição do Vaticano decepcionou os católicos LGBTQIA+ que haviam alimentado expectativas de avanço desde o pontificado do papa Francisco. Ele destacou que muitos gays vivem dentro da própria Igreja e que o papa precisa “ouvir as pessoas”, independentemente de sua orientação sexual. Colamarino também demonstrou preocupação com o possível cancelamento do Jubileu da comunidade LGBTQIA+ previsto para setembro.

Durante a manifestação, realizada na Piazzale Ostiense, os participantes exibiram bandeiras de arco-íris e cartazes com frases como “Love is Love”, ao som de músicas de Lady Gaga e Elodie. A mobilização também reforçou o apoio a outras causas, como a Parada do Orgulho de Budapeste, marcada para junho. Os manifestantes criticaram medidas de segurança e discursos conservadores que, segundo eles, ameaçam retrocessos em direitos civis.

A manifestação acontece em um momento delicado, no qual países europeus discutem leis para banir práticas como a “cura gay”. Uma petição nesse sentido já reuniu quase 1 milhão de assinaturas em vários países da União Europeia. Os organizadores do ato em Roma enfatizaram a importância de manter as mobilizações para evitar que avanços obtidos nos últimos anos sejam desfeitos.