O chanceler do Irã, Abbas Araghchi, afirmou nesta segunda-feira (30) que o país não pretende retomar tão cedo as negociações com os Estados Unidos, contrariando declarações recentes do presidente Donald Trump. Segundo o ministro, Teerã quer garantias de que futuras conversas não serão interrompidas por novos ataques militares como os realizados no fim de junho. A declaração foi dada em entrevista à emissora americana CBS News.

Araghchi destacou que o diálogo com Washington só será possível após o compromisso de que não haverá agressões durante as tratativas. O chanceler reforçou que “as portas da diplomacia nunca se fecham”, mas indicou que, diante do cenário atual, o retorno das conversas dependerá de mais tempo e condições favoráveis. A negativa veio após Trump dizer que as negociações seriam retomadas ainda nesta semana.

Os recentes bombardeios americanos às instalações nucleares do Irã foram comparados por Trump às bombas atômicas lançadas no Japão durante a Segunda Guerra Mundial. O presidente dos EUA afirmou que os ataques representaram o fim da guerra e que um acordo poderia ser assinado em breve. O governo iraniano, por sua vez, nega que as instalações nucleares tenham sido destruídas e promete reconstruí-las.

Enquanto isso, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, anunciou que viajará aos Estados Unidos na próxima semana para reuniões com autoridades americanas. A agenda inclui encontros com Trump e integrantes do governo para tratar de questões de segurança e de um possível acordo comercial. A visita ocorre em meio ao aumento das tensões no Oriente Médio após os ataques ao Irã.