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Jovem é linchado até a morte por suas ideias progressistas no Paquistão

Por Portal Do Holanda

18/04/2017 12h56 — em
Mundo


Foto: Reprodução

Um estudante universitário do Paquistão foi linchado até a morte por uma multidão, que o condenava por defender ideias progressistas. Segundo um professor que presenciou a cena e tentava defender o jovem, Mashal Khan era acusado pela comunidade local de dizer blasfêmias, sobretudo, pelo Facebook. As fortes imagens do ataque reativam um delicado debate sobre o conservadorismo paquistanês.

Estudante do curso de jornalismo, Khan foi espancado, baleado e empurrado do segundo andar da sua residência estudantil da universidade Abdul Waki Khan, na conservadora cidade de Mardan. Centenas de pessoas, tomadas pela revolta, participaram da ação, em que outro aluno ficou ferido.

Até agora, vinte e duas pessoas foram detidas pelo assassinato. As autoridades paquistaneses atualmente adotam uma posição muito firme contra a blasfêmia. O crime pode ser punido com a pena de morte e acusações simples já custaram a vida de dezenas de pessoas.

Um dos professores de Khan, Ziaullah Hamdard, e contou nesta terça-feira à rede de televisão privada "Geo" que foi chamado para resgatar o jovem na faculdade. Um funcionário ameaçou cortar Khan em pedaços, segundo Hamdard.

A polícia conseguiu proteger Abdullah, o outro jovem atacado, quando a multidão invadiu o banheiro no qual havia se refugiado.

"Isso tudo conteceu em alguns segundos. Quebraram a porta, alguns carregavam matracas, estavam furiosos. Não ouviam ninguém”, relata o professor.

Hamdard então se dirigiu à residência dos professores, mas vinte estudantes o aguardavam ali, acusando-o de esconder Khan.

"Diziam "você é um infiel", "você escondeu um blasfemo". Estavam loucos, não me ouviam. Dois deles me espancaram, pegaram meu celular e me trancaram no quarto.

 

Auxiliado por outro professor, Hamdard foi protegido pela polícia. Mas, enquanto isso, Mashal Khan, que havia se escondido em seu dormitório, havia sido assassinado:

 

"Mashal era uma luz. Apagaram uma luz “, disse Hamdard, declarando se sentir tão culpado que apresentou sua demissão.


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ASSUNTOS: Jovem jornalismo, linchado, paquistão, Mundo

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