O caso foi o um dos mais comentados das redes sociais chinesas neste final de mês. No último dia 21 de maio, uma cantora, identificada apenas como Xiaoxi pelo jornal chinês DIário do Povo, levou uma surra brutal de seu patrão, dono de um pub na cidade de Anshan, nordeste da China. O espancamento ocorreu num quarto nos fundos do bar.

Ele surrou e até mordeu a mulher por um período de três horas. Motivo: a garota, que faz shows de música no local, se recusou a sentar com um cliente para beber, como o proprietário tinha ordenado a ela.

Xiaoxi contou que foi pressionada pelo chefe a "fazer sala" para o cliente do bar, que, de acordo com ela, é amigo do dono — cujo nome não foi divulgado pelo jornal. "Ele me pressionou muito, mas não queria. Não é essa a minha função no meu trabalho", escreveu na rede social WeChat, que lembra um híbrido do Facebook com o WhatsApp.

"Foram três horas de terror", narrou a garota, que foi encontrada desmaiada pela polícia no quarto, com sangue pelo rosto e outras partes do corpo. "Durante a surra, ele me torturou. Saía do quarto, voltava e me batia mais. Também gritava comigo, me xingava, e ainda me ameaçava de morte. Na verdade acho que ele queria mesmo me matar”.

Não se sabe se um colega dela do bar chamou a polícia. Pode ter sido um outro cliente, que ouviu os gritos de dor da garota. Todos os funcionários do pub ficaram com medo de perder o emprego ao dar depoimento para a polícia, o que deixou a garota ainda mais indignada.

Com isto, possivelmente ela não conseguirá processar o chefe. A polícia diz que não pretende usar como provas as fotos que ela postou hospitalizada. "Eles alegam que é a palavra dele contra a minha, já que ninguém no bar quis depor a meu favor", escreveu. Ela pretende fazer uma campanha contra a violência e espalhar as fotos pela internet no mundo todo para alertar as autoridades.