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Sobre eventual operação da PF em Manaus


Por Raimundo de Holanda

09/06/2020 19h45 — em
Bastidores da Política



Mais um forte boato, de suposta operação da Polícia Federal nesta quarta-feira em Manaus, alvoroçou o ambiente empresarial e político, dotado de especial capacidade de sentir o cheiro dos homens de preto, carregando nas costas um letreiro em amarelo com o nome da instituição.    Numa cidade de poucos santos e muitos pecados, a Federal já invadiu as mentes de  gente boa, que pecou antes, depois e que peca agora.

Faz tempo, semanas, que esse boato tira o sono de muita gente. É provável que ao amanhecer do dia haja apenas o Sol e um ar de felicidade que antecederão o feriado de Corpus Christi.

O medo será dissipado provisoriamente. Mas o fato é que o cheiro dos homens de preto se espalhou pela cidade  como um presságio, um sinal de agouro para os que "pecaram".

Esse odor, que chega forte nas narinas de cachorros grandes, dotados de especial olfato, criou um ambiente de medo que tornou-se maior depois que a PF foi acusada de  ter se transformado em  uma policia política, a serviço de um governo autoritário. Exagero? Talvez.

Mas nenhuma policia  bate à  porta de ninguém sem o consentimento de um magistrado. Essa ainda é a regra.

Por isso um Judiciário independente é a garantia  de que direitos fundamentais não serão violados e que polícia política no Brasil não existirá nunca, e nenhum governo  usurpará da Federal o que ela tem de mais precioso: credibilidade, respeito as leis e aos cidadãos de bem.

Ou passaríamos a viver no País do medo, como na poesia de Carlos Drumond…Depois  (morreríamos)  "e  sobre nossos túmulos"  nasceriam  "flores amarelas e medrosas”.

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ASSUNTOS: corrupção na saúde, covid 19, operação da Polícia Federal, respiradores, Coronavírus

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.