Senado erra e misoginia pode virar crime de racismo
- Mulher não é raça. Equiparar misoginia ao racismo é erro conceitual e jurídico.
- Confundir as duas coisas distorce a Constituição e mistura causas diferentes só para gerar efeito político.
- E ninguém reclama num País onde todos jogam para a plateia, mas o Brasil fora das bolhas é cruel e nem sempre o homem é o mais violento.
O Senado aprovou um projeto que transforma a misoginia em crime e a equipara ao racismo. Quem for condenado pode pegar de dois a cinco anos de prisão.
É mais um caso em que o Estado, que finge proteger, tenta resolver com cadeia o que deveria ser resolvido com educação e igualdade social.
O projeto, que ainda será votado pela Câmara dos Deputados, se aprovado e sancionado pelo presidente Lula, inverterá o ponteiro da desigualdade, quando o que se busca e a igualdade de oportunidades e direitos.
Sob o discurso de proteger a mulher, propostas como essa acabam violando o princípio constitucional de que todos são iguais perante a lei.
O Estado se omite onde deveria agir e aparece só para punir. Finge humanidade, mas vive de castigar.
ASSUNTOS: misoginia, racismo violência contra a mulher
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.