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Quando o bem público tem dono e não é o povo


Por Raimundo de Holanda

06/07/2025 19h58 — em
Bastidores da Política



Durante o Festival de Parintins os donos do "bem público" se excederam e se expuseram abertamente. 

Esse patrimônio, que em tese pertence ao povo, é desfrutado muito mais pelos que detêm o poder e dele desfrutam.

 

A imprensa vive denunciando incursões de empresários, políticos e outras autoridades sobre o "bem público". E escandaliza quando o presidente do STF, Roberto Barroso; do Senado e da Câmara, David Alcolumbre e Hugo Mota, utilizam  avião da Força Aérea Brasileira para assistir ao Festival de Parintins. 

O que precisa ser explicado para a população em geral, é que o "bem público" é, em sua essência, privado. 

Afinal, quem faz funcionar o "bem público" senão os governadores, senadores, deputados, prefeitos, vereadores  e membros do Judiciário? Uma elite que mantém  o monopólio das decisões políticas e econômicas.

Se o "bem público" pertence a todos, pertence muito mais aos que detém o poder e dele desfrutam.

Não que seja normal. Não é, mas as coisas funcionam assim no Brasil.

O ministro Barroso tentou justificar o uso do avião da FAB, dizendo  que na verdade seu destino era Manaus para um encontro com o presidente do Tribunal de Justiça, Jomar Fernandes.

Entretanto, este estava em Parintins e lá se encontraram. Mas em Parintins não consta um encontro oficial entre as duas autoridades. Tudo era festa. 

O argumento não colou.  Mas quem liga para isso ?

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ASSUNTOS: David Alcolumbre, Hugo Mota, público versus privado, Roberto Barroso

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.