O banho de asfalto em Manaus e seu impacto eleitoral
O lançamento de um programa que visa asfaltar cerca de10 mil ruas em Manaus, a um custo estimado de meio bilhão de reais, embute uma aliança entre Prefeitura e governo do Amazonas. Se é um projeto que favorece a cidade é também um poderoso instrumento de poder político, com evidente repercussão no eleitorado.
A parceria do governo com a Prefeitura de Manaus, na revitalização de bairros inteiros, com “banho de asfalto", poderia ter iniciado há mais tempo, como compromisso do governador Wilson Lima com a cidade, sem visar ganhos eleitorais imediatos. Mas chega em um momento em que Manaus começa a sair de um inverno que já dura cinco meses, com chuvas intensas minando a massa asfáltica e exigindo ações imediatas.
Do ponto de vista eleitoral, está clara a intenção do governador de minar a resistência ao seu nome na cidade e virar um jogo que - ao menos nas pesquisas de intenção de votos até aqui - ainda está perdendo.
E sinaliza que a consolidação de aliança com o prefeito David Almeida é extensiva a 2026, quando David provavelmente disputará o governo do Estado.
Com apoio de Wilson (caso reeleito). Ou sem apoio. Porque os políticos de um modo geral não cumprem acordos, têm suas próprias regras e sua ética.
Mas o importante neste momento é o ganho da cidade, o emprego de um recurso do qual Manaus não pode prescindir.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.