No Brasil é assim: um lado prende. O outro arrebenta
- Os dois lados em guerra aberta estão errando e colocando em risco um modelo civilizatório de viver em liberdade. Incapazes de fazer autocrítica e conversar, Bolsonaro e o Supremo estão conduzindo o País para o abismo.
O fantasma do golpe amanheceu circulando pelo País, levando de roldão até mesmo cantores sertanejos. O que virá amanhã?
A democracia, como o "Menino da Porteira" - maior sucesso de Sérgio Reis - está sendo pisoteada e morta por dois 'bois sem coração".
O que está se fechando, perigosamente, não é apenas uma porta: é um sistema de governo, um modo de viver civilizado e conquistado a duras penas.
A democracia não é um trofeu a ser disputado e dele um grupo se apossar. É uma conquista de todos, um espaço para a liberdade.
Mas o antagonismo atingiu o seu limite e o estado é de guerra. O ódio passou a ser compartilhado e se espalha pela sociedade à medida que berrantes desafinados são tocados.
O problema é esse: os dois lados em batalha aberta tratam ou veem o povo como bois.
Os dois lados erram. Um violenta a democracia e o outro dela se apropria, se autoatribuindo poderes que não lhe foram conferidos.
Um prende, o outro arrebenta. Onde vamos parar?
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.