A declaração de bens dos candidatos ao governo do Amazonas e a honestidade
Honestidade é um valor, mas conceitual, abstrato.Na prática é precário, não prevalecente nas relações humanas. Estão ai as declarações de bens dos candidatos ao governo do Amazonas. Uns afirmam ter menos do que se imaginava e outros mais do que se supunha. Quem é mais honesto, o que declarou cerca de R$ 35,7 milhões ou quem disse possuir apenas R$ 141,7 mil?
É provável que ambos sejam honestos - um mais que o outro. Cabe avaliar os valores revelados, não como cresceu o patrimônio de cada um. Por esse princípio, o mais honesto é o que disse ter mais bens do que o que revelou ter menos.
Mas por que nos preocupamos tanto com o que os outros têm? Talvez porque não tenhamos tido as oportunidades que eles tiveram, a sorte, as relações com o poder, o fato de a nossa loteria não ter sido premiada.
Mas antes que você faça juízo de valor sobre este texto, olha: ninguém chega a governador ou presidente sem que você assine embaixo. Em outras palavras, você é responsável pelo atraso ou pelo progresso do Estado e do País, pelas políticas de bem estar social que valorizam o homem, ou pela pobreza que se eterniza. Se os governantes erram, você de certa forma erra com eles, quando você faz escolhas equivocadas.
A preocupação deve ser não com o que eles têm, mas com o que estão oferecendo para a coletividade caso vençam as eleições de outubro: as propostas, os projetos, a visão de futuro, o conhecimento das potencialidades do Estado e do País.
E vou encerrar com duas frases, muito fortes sobre honestidade. Uma do ex-presidente Lula e outra da primeira dama Michelle Bolsonaro. Ele falando dele mesmo. Ela, do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, afastado do governo depois de denúncias de corrupção na pasta.
Lula: ’Não tem neste país uma viva alma mais honesta do que eu”
Michille: “Deus vai provar que o Milton é uma pessoa justa e honesta”.
Isso lembra o Millôr Fernandes, quando disse: “só lidar com gente honesta…Meu Deus, que solidão”
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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.