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Crime organizado, empurrado pela corrupção, pode chegar ao Legislativo do Amazonas em 2022


Por Raimundo de Holanda

21/07/2021 19h39 — em
Bastidores da Política



É preocupante a situação na qual o governador do Amazonas, Wilson Lima, caminhando para o fim do mandato, está deixando o Estado, dominado por facções criminosas. A luta entre o Comando Vermelho, o PCC e a FDN , com a supremacia do primeiro, ocorreu 'sem interferência' do poder público (Leia AQUI), que atuou como simples observador. Agora o CV domina as  rotas do  transporte de cocaína pelo rio Solimões e cria bases em Manacapuru e Iranduba, enquanto os piratas, que são crias de outras facções, atacam embarcações nos rios do Amazonas.  Pode ficar pior. O CV  tenta se infiltrar na política desde a eleição do ano passado e agora está de olho nas vagas de deputado na Assembleia Legislativa. O crime vai chegar lá pela omissão de muitos.

INDÚSTRIA DA MORTE

A indústrias funerária, que há 10 anos funcionava de modo artesanal em Manaus, cresceu em ritmo exponencial a partir de 2020, com o início da primeira onda da pandemia. As urnas passaram a ser feitas em escala industrial ou importadas. Isso explica em parte a disputa entre sócios de empresas do setor diante de um lucro crescente e de novas oportunidades.

SALVAR VIDAS ?

A morte tornou-se o melhor negócio em Manaus, com o surgimento de crematórios e cemitérios particulares, fora as  compras superfaturadas do governo do Amazonas para, supostamente, “salvar vidas”.

ABRINDO COVAS

Criou-se um ambiente de promiscuidade e de negócios escusos. A solidariedade cedeu lugar a ganância e parte do governo ajudou, de certa forma, a abrir covas, à medida que faltava oxigênio e demais insumos. A morte, como todos lembram, ocorria como em campos de concentração, pessoas sufocadas, famílias desesperadas. Faltava tudo, esperança da parte de familiares, solidariedade e ação da parte do governo. O resultado todos conhecem.

O LEGADO DO GOVERNADOR

Esse é o triste legado deixado até aqui pelo governador  Wilson Lima, que nos primeiros cinco meses deste ano assistiu, com certa passividade 7.898 amazonenses morrerem pela Covid e outros 580 serem vítimas de homicídio, em uma onda de violência sem precedentes. Nem se conta os que morreram em 2020 e ajudaram o setor “mortis”a alavancar os negócios.

TIROS NA FUNERÁRIA

Anteontem, sócios de uma funerária disputaram à bala a divisão de um negócio  no qual os lucros já eram grandes demais, assim como a desconfiança de que um estava passando o outro para trás. Mas esse é uma atividade lícita, necessária.Infelizmente...

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.