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Cofre cheio, novos empréstimos e governador do Amazonas corre risco de se lambuzar outra vez


Por Raimundo de Holanda

20/07/2021 18h31 — em
Bastidores da Política


  • O governador Wilson Lima, que já se lambuzou ao comprar respiradores superfaturados, está com o cofre do governo cheio, por conta de arrecadação recorde nos últimos meses. Mas isso não o satisfaz. Foi induzido a fazer empréstimos que lá na frente, num cenário previsível de inflação alta e recessão, poderão quebrar o Estado. Transformado em mero comprador de ilusões perigosas por assessores sem escrúpulos, Wilson foi informado que a partir do ano que vem entram em vigor restrições impostas pela Lei Eleitoral. Não poderá contrair empréstimos e emplacar falsas bondades com dinheiro público, ou auxiliar deputados da base que controlam parte de seu governo e querem a reeleição a qualquer preço

Os empréstimos feitos pelo governo do Amazonas ( R$ 1,5 bilhão contraído junto ao Banco do Brasil somente este ano, fora outros 250 milhões de dólares junto  ao Banco Mundial, ocorrem em um momento de crescimento exponencial da arrecadação: R$ 6,7 bilhões neste semestre, contra R$ 5,9 bilhões no mesmo período do ano passado.

Mas o endividamento cresce por outras razões. O ano eleitoral que se aproxima, a necessidade de fazer caixa e produzir resultados que o governador Wilson Lima reprimiu nesses 30 meses de governo, especialmente nas áreas de segurança, educação, saúde e infraestrutura.

A partir de agora,  obras, aumentos de salários, agrados a servidores, politicas sociais rendem votos e criam no imaginário da população a ideia de um trabalho que na verdade é uma farsa com componentes eleitoreiros, financiada a um custo alto, a ser pago lá na frente pelo contribuinte.

O governador Wilson Lima, que já se lambuzou ao comprar respiradores superfaturados, está com o cofre do governo cheio, por conta de arrecadação recorde nos últimos meses. Mas isso não o  satisfaz. Foi induzido a fazer  empréstimos que lá na frente, num cenário previsível de inflação alta e recessão, poderão quebrar o Estado.

Transformado em mero comprador de ilusões perigosas por assessores sem escrúpulos, Wilson foi informado que a partir do ano que vem entram em vigor restrições impostas pela Lei Eleitoral. Não poderá contrair empréstimos e emplacar falsas bondades com dinheiro público, ou auxiliar deputados da base que controlam parte de seu governo e querem a reeleição a qualquer preço

A pressa em contrair  empréstimos é porque  2022  está às portas, e ninguém no governo, menos o governador, é tão imaturo para não compreender que o uso do dinheiro público será limitado pela legislação, com alto risco de o descontrole incidir em velada transgressão à Lei Eleitoral, implicando em ações de improbidade e até mesmo cassação de registro de candidatura.

Um dinheiro perigoso, que pode também ser usado para alimentar o duto que disponibiliza agrados a tanta gente e mantém o governador intocável, apesar da acusação, feita pela Procuradoria Geral da República, de que comanda uma organização  criminosa no Amazonas. 

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.