MP diz que tem 'fortes indícios' de que Rocam executou 17 pessoas em Manaus
Manaus/AM - O caso do tiroteio entre as facções Família do Norte (FDN) e Comando Vermelho (CV), que terminou com a intervenção da Rocam e a morte de 17 pessoas no bairro do Crespo, na Zona Sul, voltou à mídia nesta terça-feira (29). Isso porque o Ministério Público divulgou o resultado de um processo onde afirma que encontrou “fortes indícios” de que os policiais mataram às vítimas de forma proposital.
A instituição relata que os homens foram assassinados com tiros certeiros em pontos vitais e que seus corpos foram removidos da cena do crime para um hospital antes mesmo da chegada da perícia.
Na época, a polícia afirma que foi acionada por moradores por causa de um confronto entre as duas facções no local. A Rocam afirma que foi atacada ao chegar e reagiu ferindo os suspeitos. Moradores negam a versão e segundo o MP, testemunhas afirmam terem vistos duas das vítimas com vida. Uma delas teria sido executada em um beco e outra, um adolescente de 14 anos teria sido algemada e conduzida à uma casa abandonada na área.
Ele morreu com um tiro no tórax logo depois. Para o Ministério Público, o que ocorreu naquele dia foi uma carnificina e os responsáveis precisam ser penalizados.
A PM, por sua vez, nega as acusações e diz que não foi recebeu nenhuma informação sobre a conclusão do processo investigatório, mas justifica que os policiais cumpriram o “dever legal” e que se houve algum excesso, ele será apurado e o autor sofrerá sanções.
Esse não é o único caso no qual a Polícia Militar do Amazonas é acusada de executar civis friamente. O MP e a Polícia Federal também apuram as mortes de cinco ribeirinhos que ocorreram dias depois de dois policiais terem sido assassinado no município de Nova Olinda do Norte.
Veja também
ASSUNTOS: Policial