O cenário literário amazonense ganha um novo e encantador título com o lançamento de “A Vida Selvagem de uma Batatinha Domesticada”, obra do autor Jefter Haad.

O livro, que aborda temas como afeto e amadurecimento sob a perspectiva singular de uma porquinha-da-índia, terá seu evento de lançamento no dia 26 de junho, uma quinta-feira, às 17h, no salão de eventos da Editora Valer Teatro (José Clemente, 600, Centro).

O público poderá desfrutar de uma sessão de autógrafos e um bate-papo com o autor.

Aventura e sensibilidade em “A Vida Selvagem de uma Batatinha Domesticada”
A história de Ofélia, uma porquinha-da-índia carinhosamente confundida com uma batata por seu formato arredondado, é o fio condutor da narrativa. Cansada da rotina de seu cercado, Ofélia embarca em uma jornada pela natureza selvagem em busca de aventuras, que nem sempre se desenrolam como ela espera. 

Com um toque de humor e ilustrações em aquarela feitas pelo próprio autor, a obra explora com sensibilidade o amor fraternal e os desafios inerentes ao processo de amadurecer.

O livro convida à reflexão sobre a busca incessante por desejos que, por vezes, não se alinham com o que é verdadeiramente benéfico para nossas vidas. Ele enfatiza a importância de expressar afeto às pessoas que amamos, usando a fragilidade física da porquinha-da-índia como metáfora.

A qualidade da obra foi reconhecida com a vitória no Concurso Frauta de Barro (2024), organizado pela Editora Valer.

A inspiração por trás da “Batatinha Domesticada”
Jefter Haad compartilha a inspiração para a criação de Ofélia: “O porquinho-da-índia é um bichinho peculiar. Tão pequeno, mas tão cheio de personalidade. A Ofélia, protagonista do livro, foi baseada em uma das minhas porquinhas e tudo o que está no livro – desde a teimosia, até o afeto –, é um retrato fiel de quem ela era no dia a dia.”

O autor ressalta ainda o significado pessoal da obra: “Eu vejo este livro como uma forma de demonstrar o meu amor pela natureza e por animais de estimação. É uma forma de mostrar que por menor que seja o animal, todos gostam de se sentir amados e acolhidos.”

Sobre a escrita para o público infantil, Haad pontua: “Há quem acredite que escrever para crianças é uma tarefa simples, eu, é claro discordo. Lidar com as subjetividades da infância e abordá-las com coerência, técnica e criatividade é o principal obstáculo aos escritores deste segmento.” Ele também celebra o florescimento da literatura infantil na região: “Tenho notado uma crescente na publicação de livros infantis com temáticas regionais, escritos por autores locais. Isso é ótimo, pois disseminar a nossa voz e os símbolos de cultura ao público mais jovem ajuda a formar cidadãos orgulhosos de sua identidade amazônida.”

Sobre o autor

Jefter Haad é um nome consolidado na literatura amazonense, conhecido por obras como “Filhos da Herança”, “Encanto das Águas” e “Quando a Noite se Escondia num Caroço de Tucumã”. Integrante do coletivo de literatura fantástica “Visagem”, ele acumula participações em diversas antologias nacionais e regionais.

Seu talento foi reconhecido com prêmios como o Prêmio Manaus Conexões Culturais (2018 e 2020), Prêmio Zezinho Correa (2021) e Lei Paulo Gustavo (2024). Haad também é figura presente em bienais e eventos literários, além de realizar contação de histórias em escolas públicas. Atualmente, ele concilia sua vida criativa com o doutorado em Saúde Pública na Amazônia pela Fiocruz, demonstrando um notável entusiasmo tanto pela arte quanto pela ciência.