Bolsonaro avança sobre as instituições e reação é medrosa e acanhada
Bolsonaro já controla, pelo menos em tese, todo o sistema de inteligência do País. As mudanças que fez na estrutura da Polícia Federal não devem servir apenas para blindar a família e os amigos do presidente. São um potencial risco para a democracia. Transforma a PF, uma policia de estado, em mero centro de espionagem e de perseguição de adversários do presidente.
Se a Polícia Federal for maior do que de fato parece ser, vai reagir, como instituição do estado, que vem ganhando o respeito da sociedade.
Mas o problema não está apenas no desvirtuamento do papel da PF, está na forma como o presidente governa, sem que o sistema de freios e contrapesos funcione.
Congresso, via Centrão, se aproxima e apoia as ideias de Bolsonaro, enquanto o Supremo - que sempre encarnou a politização da justiça ou a judicialização da política, está apático e surpreso, anestesiado com a audácia com que o presidente se afirma acima das instituição de estado.
Quando o Supremo vai de fato reagir a altura das necessidades do presente? Se esperar muito, pode ser desidratado.
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ASSUNTOS: Abraham Weintraub, Bolsonaro, celso de melo, Policia Federal, sergio moro, STF
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.