Antes considerada como normal, a pressão de 12 por 8 foi reclassificada como pré-hipertensão na nova Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025. O documento, lançado pelas principais sociedades médicas da área, estabelece que valores entre 12 por 8 e 13 por 9 (120-139 x 80-89 mmHg) já exigem maior atenção. A mudança segue o que já vinha sendo adotado em diretrizes internacionais e tem como objetivo principal reforçar a prevenção, estimulando mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, até o início de tratamento medicamentoso.

Outra novidade é a meta mais rígida para quem já tem hipertensão. Se antes manter a pressão abaixo de 14 por 9 (140/90 mmHg) era suficiente, agora a recomendação é atingir valores menores que 13 por 8 (<130/80 mmHg) para todos os pacientes, sem exceções. Essa medida busca reduzir riscos de complicações graves, como infarto, AVC e insuficiência renal, que continuam sendo algumas das principais causas de morte no Brasil.

Além disso, a diretriz traz capítulos inéditos dedicados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e à saúde feminina. A proposta é adaptar os cuidados à realidade brasileira, garantindo protocolos aplicáveis na rede pública e atenção especial a fases de maior vulnerabilidade das mulheres, como gestação e menopausa. Com isso, milhões de pessoas que antes não eram classificadas como hipertensas passam a ser acompanhadas mais de perto, o que pode melhorar a prevenção e o controle da doença em todo o país.