Ronnie Lessa é condenado a 90 anos de prisão por morte de casal

O ex-policial militar Ronnie Lessa foi condenado a 90 anos de prisão, e o ex-vereador Cristiano Girão, a 45 anos de reclusão, pelo duplo homicídio do também ex-policial André Henrique da Silva Souza, conhecido como Zóio, e de sua companheira, Juliana Sales de Oliveira. O julgamento foi realizado nesta quinta-feira (22) pelo 3º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, sob a presidência da juíza Tula Correa de Mello. Os réus acompanharam a sessão de maneira remota, já que ambos cumprem pena em presídios.
O crime ocorreu em 2014, na comunidade Gardênia Azul, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. O casal foi emboscado e morto a tiros enquanto passava de carro pela região. De acordo com a denúncia, Cristiano Girão seria o mandante, já que Zóio era seu rival em disputas pelo controle da milícia local, e Ronnie Lessa foi contratado para executar o crime. Segundo a juíza, Lessa efetuou pelo menos 33 disparos com fuzis de guerra, evidenciando a extrema violência e a desproporcionalidade da ação.
A magistrada destacou ainda que o crime foi meticulosamente planejado para impedir qualquer reação das vítimas, cujos corpos ficaram tão desfigurados que os familiares não puderam realizar uma despedida digna. Para a juíza, o uso de armamento de guerra demonstra afronta direta ao Estado e às instituições, além de reforçar a sensação de impunidade e medo na população.
Ronnie Lessa já cumpre pena pela execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, assassinados em 2018. Ele e Élcio de Queiroz, também ex-PM, foram condenados em 2024 e firmaram acordos de delação premiada. As investigações apontam como mandantes os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa, todos presos desde março deste ano, enquanto respondem a processo no Supremo Tribunal Federal (STF).
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