Manaus/AM- A Polícia Civil realizou na manhã de hoje (13), a Operação Sombra para desmantelar um grupo especializado no golpe do falso consórcio. Cinco pessoas foram presas suspeitas de movimentas mais de R$ 500 milhões com o esquema criminoso.

Doze mandados de busca e apreensão também foram cumpridos. Em Manaus, alguns deles ocorreram no condomínio Forest Hill, localizado na Av. Torquato Tapajós, na zona norte, e em outros endereços ligados aos alvos.

Segundo o delegado Thiago Dantas, do estado do Paraná, está é a terceira fase da operação, que aconteceu simultaneamente também em várias cidades nos estados de Sergipe, Pará, Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. 

"A investigação teve início no ano de 2023, quando cerca de 15 pessoas foram abordadas em um determinado estabelecimento comercial, onde as vítimas eram atraídas até esse escritório, sobre o suposto argumento de vender o imóvel, que esse grupo em tese, financiaria para essas vítimas. Então, as vítimas davam a entrada 15, 20, 30, 40 mil reais de sinal e na verdade não existia nenhum tipo de contrato, nenhum tipo de imóvel. Então, viemos aqui no ano de 2024, junto com o DRCO, fizemos uma segunda fase dessa operação. Cinco pessoas foram presas também decorrente dessa investigação", diz Thiago.

Conforme a polícia, os alvos usavam as redes sociais e cinco empresas de fachadas para atrair as vítimas para a falsa venda de imóveis e veículos. Eles também usaram empresas fantasmas para aprimorar o golpe. 

"Eles possuíam membros em diversos estados da Federação. Identificamos que o grupo criminoso era sediado aqui. A empresa principal, Scan Administradora Financeira, era essa mesma pessoa que 'trabalhava' vendendo essa falsa promessa. Então, naquela ocasião, identificamos cerca de 200 boletins de ocorrência aqui no estado do Amazonas. A gente se debruçou um pouco mais, então da segunda etapa etapa, cinco indivíduos foram presos, todos os indivíduos da alta cúpula desse desse grupo criminoso que já se encontra desarticulado", ressalta.

O grupo já atuava há pelo menos cinco anos e funcionava de forma coordenada e intensa para arrecadar o maior valor possível, como explica Dantas. 

"Eles locavam determinado estabelecimento, um coworking, e faziam anúncios na rede social de um imóvel qualquer, tirava foto e anunciava. A pessoa via numa rede social o anúncio desse imóvel e se sentia traída e contatava eles pela rede social. A vítima ia até o escritório, dava um sinal, uma entrada e eles simplesmente desapareciam. Eles ficavam mudando a toda hora, ficavam 10 dias em um determinado local, 15 dias em outro".

Segundo o delegado, os criminosos era tão bem articulado que eles chegavam a oferecer treinamento para os integrantes, para que eles convencessem as vítimas, via telefone, a irem até o escritório e darem um valor para "segurar a negociação do imóvel". Algumas pessoas chegaram a pagar R$ 70 mil de entrada.

Além das prisões no Amazonas, outras seis já foram cumpridas em outros estados e esse número deve aumentar ainda mais nas próximas horas.