Mais de 50 pessoas morrem em ataque na Faixa de Gaza
Mais de 50 pessoas ficaram feridas durante ataque registrado nesta quinta-feira (10), na Faixa de Gaza. O bombardeio aconteceu próximo a um centro médico Deir-Balh. Entre as vítimas, estão 10 crianças e seis adultos.
O Exército de Israel informou que o ataque mirou um militante que atuou no ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023. A situação ocorreu quando negociadores de Israel e do Hamas se reúnem no Catar com mediadores para discutir uma proposta de cessar-fogo de 60 dias e a libertação de reféns.
Apesar do ataque, o Hamas, por meio de seu alto encarregado Basem Naim, reiterou à AFP nesta quinta-feira seu compromisso com as negociações para encerrar a guerra "o mais rápido possível". Contudo, Naim foi enfático ao insistir na retirada das tropas israelenses, uma condição que permanece central para o grupo. "Não podemos aceitar a perpetuação da ocupação de nossas terras, nem a rendição de nosso povo em enclaves isolados sob o controle do exército de ocupação israelense", declarou, deixando clara a postura irredutível do Hamas quanto à soberania territorial.
O contraste entre as posições é evidente. Enquanto o Hamas anunciou na noite de quarta-feira (9) estar disposto a libertar dez reféns, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reafirmou no mesmo dia que os objetivos de Israel incluem a libertação de "todos" os reféns – vivos e mortos – e a "eliminação das capacidades militares e governamentais do Hamas". Essa dicotomia de objetivos, com Israel buscando a desmilitarização do grupo e o Hamas exigindo a retirada total, representa um dos maiores obstáculos para um acordo efetivo e duradouro.
O chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, alinhou-se à posição israelense nesta quinta-feira, ao mesmo tempo em que admitiu que "continua havendo desafios" devido à "negativa do Hamas a se desarmar". Em contrapartida, Rubio observou que Israel "mostrou certa flexibilidade", o que, em sua opinião, oferece um vislumbre de esperança. Durante uma reunião de países do sudeste asiático na Malásia, ele expressou otimismo, dizendo: "Temos esperanças. Quero dizer, ao final, esperamos que passem a diálogos de proximidade". A comunidade internacional, embora cautelosa, continua a pressionar por uma solução negociada, ciente da urgência de um cessar-fogo para aliviar o sofrimento na região.
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