Lula vê ONU enfraquecida e critica 'insanidade' da guerra na Ucrânia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (5) que está preocupado com a guerra entre Rússia e Ucrânia e classificou como “mais do que provada” a insanidade do conflito. Em Paris, onde cumpre agenda oficial, Lula disse que o Brasil está disposto a ajudar na negociação de paz quando os dois países aceitarem dialogar.
Durante declaração à imprensa, o presidente também afirmou que a Organização das Nações Unidas (ONU) está “enfraquecida politicamente” e tem pouca capacidade de interferência em conflitos como o da Ucrânia. Segundo ele, a ONU hoje tem pouco poder de opinião em guerras que acontecem pelo mundo. "As pessoas precisam se dar conta, eu disse isso pessoalmente ao presidente Putin, que chegou um momento em que as pessoas já sabem o que vai dar isso. Já está mais do que provada a insanidade mental da guerra. Ela não constrói nada, ela destrói. Quando os dois quiserem negociar a paz, nós daremos a nossa contribuição",
Lula relembrou que, desde o início do conflito, o Brasil condenou a invasão russa ao território ucraniano. O presidente citou ainda relatos de um ataque recente da Ucrânia a um aeroporto e comentou a possibilidade de retaliação russa, mencionando informações de que Donald Trump teria conversado com Vladimir Putin sobre o assunto.
Ao lado de Lula, o presidente da França, Emmanuel Macron, reforçou sua posição ao classificar a Rússia como a agressora na guerra. Macron afirmou que, embora todos desejem a paz, “não se pode tratar os dois lados em pé de igualdade”, criticando a visão de que há responsabilidade compartilhada entre Rússia e Ucrânia.
A agenda de Lula na França inclui ainda reuniões com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e um encontro com a comunidade brasileira. O presidente também participará da Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, em Nice, e visitará a sede da Interpol, em Lyon, atualmente comandada pelo brasileiro Valdecy Urquiza, delegado da Polícia Federal.
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