Punindo o Brasil pelo julgamento de Bolsonaro e sua  sua derrota nas eleições de 2022, o presidente americano Donald Trump anunciou nesta quarta-feira (9) a aplicação de tarifas de importação de 50% sobre todos os produtos brasileiros. 

As taxas entrarão em vigor no dia 1º de agosto e marcam uma escalada sem precedentes nas relações entre Brasil e EUA.  A medida, considerada ilegal pelo direito comercial internacional, ocorre em um momento de tensão crescente. Em carta enviada ao presidente Lula e publicada nas redes sociais, Trump justificou a decisão citando supostas “ordens de censura secretas” do Supremo Tribunal Federal contra plataformas americanas, acusando o Brasil de ataques à liberdade de expressão.

Por semanas, ministros como Mauro Vieira, Fernando Haddad e Geraldo Alckmin tentaram negociar em Washington, mas não obtiveram resposta clara. O Brasil chegou a oferecer a redução de tarifas sobre etanol americano, pedindo contrapartida no açúcar, mas os EUA não avançaram nas tratativas.  

De acordo com o portal Uol, internamente o governo brasileiro avalia que a decisão fere a soberania nacional e prepara resposta diplomática. Dados recentes indicam que a imposição de tarifas já começou a afetar exportações brasileiras, com queda em cinco dos dez principais produtos vendidos aos EUA.

Trump ameaça ampliar ainda mais as tarifas caso o Brasil reaja, e indicou que empresas brasileiras que optarem por produzir em solo americano poderão escapar da sobretaxa. Em resposta, Lula classificou a medida como “ataque arbitrário” e prometeu recorrer a fóruns internacionais para defender os interesses do país. Ele também ressaltou que os países do Brics são soberanos. "Não aceitamos intromissão de quem quer que seja", disse Lula. "Nós defendemos o multilateralismo".