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Taxas sobem ainda com a política no foco no Brasil, apesar de corte de juros nos EUA

Por Reuters

10/12/2025 16h26 — em
Geral



Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO, 10 Dez (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam a quarta-feira em alta ainda repercutindo as movimentações políticas em Brasília, enquanto os rendimentos dos Treasuries cederam após o Federal Reserve anunciar novo corte de juros nos Estados Unidos.

Com a sessão regular encerrada no Brasil, as atenções se voltam agora para a decisão sobre juros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, no início da noite.

A taxa do DI para janeiro de 2028 estava em 13,195% no fim da tarde, em alta de 7 pontos-base ante o ajuste de 13,119% da sessão anterior. Na ponta longa da curva, a taxa para janeiro de 2035 marcava 13,63%, com elevação de 10 pontos-base ante o ajuste de 13,535%.

No início do dia as taxas chegaram a oscilar no território negativo, mas rapidamente passaram a subir, acompanhando o fortalecimento do dólar, em meio à cautela com o cenário eleitoral brasileiro.

Desde o anúncio na última sexta-feira do apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, preso por tentativa de golpe de Estado, à candidatura de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL), à Presidência, os ativos brasileiros têm sido pressionados.

A visão de boa parte do mercado é de que Flávio tem menos chances que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na disputa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

À tarde, o Fed informou o corte de 25 pontos-base de sua taxa de referência, para a faixa de 3,50% a 3,75%, como esperado pelo mercado. Além disso, as projeções do banco central norte-americano indicaram mais um corte de 25 pontos-base em 2026 e outro em 2027.

Após o anúncio, os rendimentos dos Treasuries cederam -- em especial entre os contratos de curto prazo --, mas no Brasil as taxas dos DIs seguiram em alta. Investidores mantinham posições na curva à espera da decisão do Copom, após as 18h30.

Embora as apostas de manutenção da Selic em 15% nesta quarta-feira sejam praticamente unânimes, os agentes estarão atentos às indicações do Copom sobre se o ciclo de cortes começará em janeiro ou em março.

Pela manhã, os dados de inflação divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reforçaram a percepção de que a inflação está em desaceleração. O IPCA, índice oficial de inflação, subiu 0,18% em novembro, acumulando 4,46% em 12 meses, conforme o IBGE. Economistas ouvidos em pesquisa da Reuters projetavam taxas de 0,20% e 4,49%, respectivamente.

"No geral, foi um número sem novidades relevantes na composição, reforçando a continuidade do processo de desinflação gradual, mas com pontos de atenção, como o elevado patamar da inflação de serviços intensivos em mão de obra", comentou Mariana Rodrigues, economista da SulAmérica Investimentos.

"Para a política monetária, o IPCA de hoje não altera o panorama. Seguimos projetando cortes a partir de março", acrescentou.

Às 16h35 o rendimento do Treasury de dois anos -- que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo -- tinha queda de 5 pontos-base, a 3,565%. Já o retorno do título de dez anos -- referência global para decisões de investimento -- caía 2 pontos-base, a 4,162%.


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